sexta-feira, 11 de julho de 2014

Banco de livros

À semelhança dos anos anteriores, promovemos a reutilização de livros escolares, ajudando assim os estudantes mais necessitados e facilitando a troca de livros escolares de forma gratuita.
O banco de livros, criado na Biblioteca Municipal ...de Seia, funciona para livros escolares até ao 12º ano.
Para entregar os livros escolares que já não necessita, e que estejam em bom estado, basta dirigir-se à B.M. de Seia nos meses de Junho a Setembro.
 


terça-feira, 1 de julho de 2014

Poema do mês de julho

As pessoas sensíveis

As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas

O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra

"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão."

Ó vendilhões do templo
Ó constructores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito

Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.

Sophia de Mello Breyner Andresen
(Livro sexto)

Livro do mês de julho


A juventude é cheia de ignorância, de sonhos, de loucuras, e qualquer suspiro ou brisa a perturba. É cheia de paixões perigosas e de ilusões arrogantes. Estas são palavras do tutor da Vanina, a jovem veneziana que se alimenta dos próprios sonhos até ser despertada…

O Colar é uma peça de teatro que tem como cenário a cidade de Veneza e apresenta a história da jovem Vanina, que se apaixona por Pietro, um fidalgo arruinado que ganha a vida a (en)cantar pelos canais da cidade.




Sophia de Mello Breyner nasceu a 6 de novembro 1919, no Porto, onde passa a infância.

Entre 1936 e 1939 estuda Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Publica os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia.

Casada com Francisco Sousa Tavares, passa a viver em Lisboa. Tem cinco filhos. Participa ativamente na oposição ao Estado Novo e é eleita, depois do 25 de Abril, deputada à Assembleia Constituinte.

Autora de catorze livros de poesia, publicados entre 1944 e 1997, escreve também contos, histórias para crianças, artigos, ensaios e teatro. Traduz Eurípedes, Shakespeare, Claudel, Dante e, para o francês, alguns poetas portugueses.

Recebeu entre outros, o Prémio Camões 1999, o Prémio Poesia Max Jacob 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana. Foi a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão, que, para além do valor pecuniário, significa ainda a edição de uma antologia bilingue (português-castelhano), o que levará a autora a um vastíssimo público que cobre os países latino-americanos.

Com uma linguagem poética quase transparente e íntima, ao mesmo tempo ancorada nos antigos mitos clássicos, Sophia evoca nos seus versos os objetos, as coisas, os seres, os tempos, os mares, os dias. A sua obra, várias vezes premiada está traduzida em várias línguas.

Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu a 2 de julho de 2004, em Lisboa.

Novidades de julho