quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Poema do mês de dezembro: "Chove. É dia de Natal"
Chove. É dia de
Natal.
Lá para o Norte é
melhor:
Há a neve que faz
mal.
E o frio que ainda é
pior.
E toda a gente é
contente
Porque é dia de o
ficar.
Chove no Natal
presente.
Antes isso que
nevar.
Pois apesar de ser
esse
O Natal da
convenção,
Quando o corpo me
arrefece
Tenho o frio e Natal
não.
Deixo sentir a quem
quadra
E o Natal a quem o
fez,
Pois se escrevo ainda
outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa
Livro do mês de dezembro: “Um Natal que não esquecemos”
Este romance conta-nos a história de
uma família vulgar, pessoas ligadas por laços de amor que, numa simples noite,
são afetadas por acontecimentos que inteiramente as ultrapassam, fazendo delas,
no espaço de poucas horas, seres que não existiam até então. Na antevéspera de
Natal, Laura e Elliot comemoram mais um aniversário de um casamento
particularmente feliz, com um jantar romântico perfumado pelos sabores e aromas
sugestivos da cozinha italiana. No regresso a casa, o carro sofre uma avaria
num túnel de Boston e, enquanto aguardam que os tirem dali, Laura é acometida por
uma estranha dor de cabeça, acabando por, a seu próprio pedido, ser
transportada para um hospital. O que se segue poderia ser melodramático, não
fosse o estilo da autora tão límpido e direto, capaz até de captar momentos de
inesperado humor.
Jacquelyn Mitchard é escritora e
jornalista e tem colaborado ao longo dos anos com publicações como Milwaukee
Journal Sentinel, Parade, Reader’s Digest, Good Housekeeping e Real Simple.
Entre os seus bestsellers encontram-se os títulos Profundo como o Mar, A Mais
Amada, Um Pai muito Especial, Um Natal Que não Esquecemos e Antes Que Seja Tarde, já publicados pela
Presença. Jacquelyn Mitchard vive no Wisconsin com o marido e sete filhos.
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
terça-feira, 1 de novembro de 2016
Livro do mês de novembro "O amante da rainha"
Numa
época em que a segurança de um país não era um dado adquirido e em que a Europa
vivia em clima de guerra quase permanente, Isabel sucede ao trono da Inglaterra
sob ameaça de inimigos internos e externos. A situação agrava-se quando se
apaixona pelo ambicioso Robert Dudley, um dos homens mais odiados do país.
Ambos não parecem dispostos a abdicar da sua paixão, mas a segurança da
Inglaterra torna-se precária.
Numa
fase conturbada da história da Inglaterra, em pleno século XVI, com a Europa
mergulhada em sangrentas guerras entre católicos e protestantes, Isabel, a
princesa protestante, sucede à sua irmã Maria, a católica. Para conquistar o
equilíbrio do poder, Isabel terá de se haver com os inimigos externos,
nomeadamente a Escócia e a França.
No
entanto, Isabel é uma rainha ainda jovem e com sede de atenção e de amor.
Robert Dudley, saído do cativeiro da torre de Londres sabe disso e a
precariedade da prisão não lhe impediu uma ambição sem limites. A antiga
amizade com a causa de Isabel transformar-se-á numa tórrida paixão, contudo
cheia de obstáculos, a começar pelo casamento de Robert com Amy, sua jovem
mulher. Amy, por sua vez, o que mais deseja é uma vida tranquila, fora do
bulício da corte, em conjunto com o seu amado esposo. Porém, este tem outros
objetivos de vida.
Philippa Gregory nasceu no Quénia em
1954, mas mudou-se com a família para Bristol, na Inglaterra, quando tinha dois
anos. Frequentou a Universidade de Sussex, onde um curso de Iniciação à
História viria a mudar a sua vida. Até hoje já publicou 24 livros – muitos
deles bestsellers. Philippa Gregory é doutorada em Literatura do Século XVII
pela Universidade de Edimburgo e os seus romances refletem uma pesquisa e um
pormenor histórico meticulosos. O seu período favorito da História é a época
Tudor, sobre a qual já escreveu vários romances, alguns dos quais foram
adaptados pela BBC a dramas históricos.
Poema do mês de novembro "A rainha"
A Rainha
Nomeei-te rainha.
Há maiores do que tu,
maiores.
Há mais puras do que
tu, mais puras.
Há mais belas do que
tu, há mais belas.
Mas tu és a rainha.
Quando andas pelas
ruas
ninguém te reconhece.
Ninguém vê a tua coroa
de cristal, ninguém olha
a passadeira de ouro
vermelho
que pisas quando
passas,
a passadeira que não
existe.
E quando surges
todos os rios se ouvem
no meu corpo,
sinos fazem estremecer
o céu,
enche-se o mundo com
um hino.
Só tu e eu,
só tu e eu, meu amor,
o ouvimos.
Pablo Neruda, in "Poemas de Amor
de Pablo Neruda"
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
Livro do mês de outubro: "Os miseráveis", de Victor Hugo
Um
clássico de convicção, humanismo e coragem. Um romance imortal. Romance social
marcado por uma vasta análise de costumes da França de meados do século XIX, Os Miseráveis revela uma grande
complexidade tanto ao nível da escrita como da própria intriga, misturando-se
intimamente realismo e romantismo. Num contexto histórico que cobre o período
entre a batalha de Waterloo e as barricadas de Paris, Vítor Hugo apresenta-nos
a história de Jean Valjean, um popular prisioneiro condenado por ter roubado um
pão e cuja pena será agravada por tentativa de evasão. Em vez de ser reeducado
pela justiça humana para a vida civil, é endurecido no mal.
Ao
ganhar a liberdade sai da cidade à procura de um lugar para dormir e se
alimentar. Entretanto, é expulso de todas as hospedarias, pois consideravam-no
como um dos piores bandidos de sempre. Com frio e fome ele bate à porta da casa
de um bispo que o acolhe com dedicação, por mais que soubesse de quem se
tratava. Jean Valjean rouba castiçais e alguns talheres do bispo. Mas, logo
depois, é apanhado pela polícia que o leva até a casa do bispo. Este, por sua
vez, mente dizendo que havia dado os objetos ao hóspede e perdoa-o.
Arrependido,
Jean Valjean percebe o quanto é hipócrita e decide praticar a honestidade e o
bem ao próximo. Na Alemanha, ele torna-se dono de uma fábrica. Embora fosse
rico sempre foi procurado pela justiça pelo inspetor Javert, um homem muito
severo e dedicado à profissão que exercia. Porém, Jean sempre escapava das
emboscadas, pois era habilidoso e forte. Quando mudou de identidade e passou a chamar-se
Madeleine, conheceu uma mulher chamada Fantine. Ela tinha uma filha chamada
Cosette, a qual morava com a família dos Thénardier, pois a sua mãe não tinha
condições financeiras para a criar. Cosette trabalhava na casa dos Thénardier
como se fosse uma escrava. Apanhava e era humilhada pelas filhas do casal. No
entanto, a sua mãe não sabia. Quando Fantine faleceu, e como Jean Valjean havia
prometido, ele foi procurar Cosette e levou-a para morar consigo. Jean passou a
tratar de Cosette e a considerá-la como filha, oferecendo-lhe carinho e amor
paterno.
Cosette
conheceu um rapaz com o qual se casou, tendo Jean passado a morar sozinho. Jean
adoeceu e morreu.
No
seu túmulo estava apenas escrita a seguinte frase: “Ele dorme. Embora a sorte
lhe tenha sido adversa. Ele viveu. Morreu quando perdeu seu anjo; Partiu com a
mesma simplicidade; como a chegada da noite após o dia”.
Esta
história imbuída de misticismo e maravilhoso é, antes de mais, uma denúncia de
todo o tipo de injustiças, espelhando de forma exemplar as contradições e
grandezas do século XIX.
Victor
Hugo nasceu em 26 de fevereiro de 1802 e faleceu em 1885, na França. É
considerado o principal nome do romantismo francês. Escreveu muitos poemas e
romances lembrados até hoje. Entre eles, O
Corcunda de Notre Dame e Os
trabalhadores do mar. A obra de Victor Hugo supera o seu tempo. Retrata com
profundidade a condição humana e todos os níveis da sociedade, dos nobres aos
excluídos. As suas personagens possuem vida própria, pois são capazes de
denunciar a miséria, a falta de justiça e a necessidade de construir um mundo
melhor.
Poema do mês de outubro
Ah, a
esta alma que não arde
Não
envolve, porque ama
A
esperança, ainda que vã,
O
esquecimento que vive
Entre
o orvalho da tarde
E o
orvalho da manhã.
Fernando
Pessoa
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Livro do mês de setembro - Jardim dos segredos de Kate Morton
Uma criança perdida:
em 1913, Nell, uma criança inglesa de quatro anos, é encontrada sozinha, num
barco que se dirigia à Austrália. Com ela leva uma pequena mala que contém,
entre outras coisas, um livro de contos para crianças da autoria de Eliza
Makepeace. Uma mulher misteriosa prometera tomar conta dela, mas desapareceu
sem deixar rasto.
Um terrível segredo:
no seu 21º aniversário, Nell Andrews descobre algo que mudará a sua vida para
sempre. Décadas depois, embarca em busca da verdade, numa demanda que a conduz
até à costa da Cornualha e à bela e misteriosa Mansão Blackhurst.
Uma herança
misteriosa: aquando do falecimento de Nell, a neta, Cassandra, depara-se com
uma herança surpreendente. A Casa da Falésia e o seu jardim abandonado são
famosos nas redondezas pelos segredos que ocultam – segredos sobre a família
Mountrachet e a sua governanta, Eliza Makepeace, uma escritora de obscuros
contos de fadas. É aqui que Cassandra irá por fim descobrir a verdade sobre a
família e resolver o mistério de uma pequena criança perdida.
É à volta desta
criança perdida, de um terrível segredo e de uma herança misteriosa que todo o
livro se vai desenrolar, alternando perspetivas do período 1900-1913, que
inclui o relato dos acontecimentos que antecederam a viagem de Nell; 1975,
quando o pai adoptivo de Nell morre, lhe dá a mala, e ela parte rumo a
Inglaterra para tentar descobrir as suas origens; e 2005, quando Nell morre e
deixa a Casa da Falésia à sua neta Cassandra, decidindo esta fazer a mesma
viagem de Nell para descobrir, finalmente, aquilo que a sua avó não conseguiu
desvendar.
Kate Morton cresceu
nas montanhas do Sudoeste de Queensland, na Austrália. Depois de concluir o
ensino secundário licenciou-se em Artes Dramáticas, em Londres. Se até então
achava que o seu futuro seria no teatro, rapidamente descobriu que a sua paixão
eram as palavras. Mais recentemente licenciou-se em Literatura Inglesa.
Kate vive atualmente
com o marido, Davin, e os seus dois filhos em Brisbaine, num palacete do século
dezanove repleto de mistérios.
Para além de Jardim dos segredos, escreveu O Segredo da Casa de Riverton, As horas distantes, Amores secretos e O último
adeus.
Poema do mês de setembro
Se eu pudesse trincar
a terra toda
E sentir-lhe um
paladar,
Seria mais feliz um
momento...
Mas eu nem sempre
quero ser feliz.
É preciso ser de vez
em quando infeliz
Para se poder ser
natural...
Nem tudo é dias de
sol,
E a chuva, quando
falta muito, pede-se.
Por isso tomo a
infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como
quem não estranha
Que haja montanhas e
planícies
E que haja rochedos e
erva...
O que é preciso é
ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na
infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai
morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo
e é bela a noite que fica...
Assim é e assim
seja...
Alberto Caeiro
quarta-feira, 13 de julho de 2016
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