sexta-feira, 8 de março de 2019
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Poema do mês de fevereiro: Criação
Criação
Há no amor um momento de grandeza,
que é de inconsciência e de êxtase bendito:
os dois corpos são toda a Natureza,
as duas almas são todo o Infinito.
Um mistério de força e de surpresa!
Estala o coração da terra, aflito;
rasga-se em luz fecunda a esfera acesa,
e de todos os astros rompe um grito.
Deus transmite o seu hálito aos amantes;
cada beijo é a sanção dos Sete Dias,
e a Génese fulgura em cada abraço;
porque, entre as duas bocas soluçantes,
rola todo o Universo, em harmonias
e em glorificações, enchendo o espaço!
Olavo Bilac
Livro do mês de fevereiro: A Matemática do Amor, de Emma Darwin
Estamos em 1819 e Stephen Fairhurst, um veterano de Waterloo, deseja
apenas ficar em paz.
Em Kersey Hall, a casa à qual regressou após um longo exílio em
Espanha, espera esquecer os horrores da guerra e recordar somente o grande e
secreto amor que perdeu.
A sua crescente amizade com a progressista Lucy Durward, cimentada
através da troca regular de correspondência, vai despertar os fantasmas do
passado e mudar o curso da sua vida.
No verão quente de 1976 a adolescente Anna está pronta para se
divertir.
Em vez disso é enviada para o que parece ser o pior local do mundo
para passar as férias de verão: uma falida escola rural gerida pelo seu tio
distante. E assim, aborrecida e sozinha, envolve-se na vida de dois homens:
Theo, um fotógrafo de guerra exilado, e o homem a quem a casa pertencera cento
e cinquenta anos antes, Stephen Fairhurst.
Nenhuma das gerações pode, contudo, sonhar com uma paz duradoura. O
passado transporta demasiados segredos para ser esquecido e o futuro carrega o
amor e a dor dos afetos.
Emma Darwin nasceu em 1964 e cresceu em Londres, Manhattan e Bruxelas.
É neta do famoso investigador Charles Darwin.
A Matemática do Amor é o seu
primeiro romance.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2019
Livro do mês de janeiro: "Inverno em Madrid", de C. J. Sansom
1940. Madrid encontra-se em ruínas, a fome e a miséria
imperam, e uma turba de espiões das grandes potências mundiais invade a cidade,
enquanto Franco pondera juntar-se a Hitler na Segunda Guerra Mundial.
É nesse mundo de incertezas que desembarca Harry Brett, um
ex-soldado recrutado pelos serviços secretos britânicos. A sua missão é
descobrir se os negócios obscuros de um antigo companheiro de escola, Sandy
Forsyth, envolvem uma reserva de ouro que fortalecerá o governo de Franco.
Entretanto, Barbara Clare, antiga enfermeira da Cruz Vermelha e namorada de
Sandy, também se propõe a uma missão secreta: encontrar o ex-amante, Bernier
Piper, amigo de Harry e comunista voluntário das Brigadas Internacionais
desaparecido nos campos sangrentos da Batalha do Jarama.
Quatro vidas cruzadas num jogo perigoso de amor e morte, os
segredos e subterfúgios da Espanha de Franco, um romance que nos fala sobre a
dificuldade de fazer escolhas num mundo marcado pela guerra.
C. J Sansom nasceu em 1952 e licenciou-se na Universidade de
Birmingham, onde fez também um doutoramento em História. Exerceu advocacia
durante algum tempo, até que decidiu dedicar-se à escrita a tempo inteiro.
Com a série Shardlake conheceu um retumbante sucesso
internacional, estando já publicados em Portugal os volumes Dissolução, Fogo Negro, Soberano e Revelação (Porto Editora, 2010).
Inverno em Madrid, também publicado pela Porto
Editora, é um thriller de espionagem escrito fora da série Shardlake.
Poema do mês de janeiro: Ano Novo, de Fernando Pessoa
Ano Novo
De tudo, ficaram três
coisas:
A certeza de que
estamos sempre começando...
A certeza de que
precisamos continuar...
A certeza de que
seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção
um caminho novo...
Da queda um passo de
dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um
encontro...
Fernando Pessoa
segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
Livro do mês de dezembro: Desejos de Chocolate, de Trisha Ashley
Na perfeita aldeia de
Sticklepond, Lancashire, Chloe faz e vende chocolates deliciosos e
inspiradores, que contêm uma previsão ou uma frase encorajadora para cada
cliente. Se a sua vida fosse tão fácil de prever, talvez Chloe pudesse ter
visto que iria ser abandonada junto ao altar... Mas quando um novo vigário
chega à aldeia, os rumores aumentam de intensidade. Para além de ser o
carismático ex-líder da banda rock Mortal Ruin, Raffy Sinclair é também o
primeiro amor de Chloe e o homem que lhe destroçou o coração. Por mais que
tente, Chloe não consegue ignorar aquela aparição do seu passado. Poderá ter
chegado agora o momento de pedir um desejo e atrever-se a acreditar que este se
pode transformar em realidade? Uma heroína simpática que faz chocolates, um
irmão adolescente (e gótico), um avô escritor que é também feiticeiro, uma tia
cigana que lê cartas de tarô e folhas de chá, um herói invulgar (e lindo!) e
uma aldeia cheia de personagens excêntricas e adoráveis são os ingredientes
deste encantador romance de Trisha Ashley.
Trisha Ashley nasceu
em St. Helens, Lancashire, e agora vive no Norte do País de Gales. O seu
romance A Winter's Tale foi candidato
ao Melissa Nathan Award na categoria de Romance-Comédia, em 2009. Teve vários
empregos a tempo parcial ao longo dos anos, mas a sua ocupação atual como
funcionária sazonal do National Trust combina perfeitamente três dos seus
maiores interesses: casas históricas, jardins e conhecer pessoas. Embora Trisha
adore chocolate, não se considera «chocoólica» - pode desistir quando quiser, a
sério!
Poema do mês de dezembro - Natal, e não Dezembro
Entremos, apressados,
friorentos,
numa gruta, no bojo de
um navio,
num presépio, num
prédio, num presídio,
no prédio que amanhã
for demolido...
Entremos, inseguros,
mas entremos.
Entremos, e depressa,
em qualquer sítio,
porque esta noite
chama-se Dezembro,
porque sofremos,
porque temos frio.
Entremos, dois a dois:
somos duzentos,
duzentos mil, doze
milhões de nada.
Procuremos o rastro de
uma casa,
a cave, a gruta, o
sulco de uma nave...
Entremos, despojados,
mas entremos.
Das mãos dadas talvez
o fogo nasça,
talvez seja Natal e
não Dezembro,
talvez universal a
consoada.
David Mourão-Ferreira,
in 'Cancioneiro de Natal'
terça-feira, 20 de novembro de 2018
sábado, 3 de novembro de 2018
Livro do mês de novembro: "Casa de espiões", Daniel Silva
Quatro meses após o maior ataque que aconteceu em solo americano,
desde o 11 de Setembro, os terroristas deixam uma esteira de morte no West End
de Londres.
O atentado é um feito de planificação e levado a cabo em perfeito
segredo. Mas tem uma única falha.
Essa ponta solta levará Gabriel Allon ao sul de França, decidido a
apanhar o terrorista mais perigoso do mundo, o escorregadio cérebro do ISIS
conhecido como Saladino.
Daniel Silva foi jornalista e trabalhou para a UPI, primeiro em
Washington e depois no Cairo, como correspondente para o Médio Oriente. Nesse
período cobriu diversos conflitos políticos e a guerra Irão-Iraque. Conheceu a
sua mulher, correspondente da NBC, e regressaram aos Estados Unidos, onde
Daniel Silva foi produtor da CNN durante vários anos, tendo sido responsável
por alguns programas muito populares, como Crossfire, The International Hour e
The World Yoday, entre outros. Em 1997, logo após o êxito do seu primeiro
livro, The Unlikely Spy, Daniel Silva resolveu dedicar-se por completo à
escrita, tendo entretanto publicado diversos best-sellers mundiais.
O Washington Post coloca-o «entre os melhores jovens autores
norte-americanos de literatura de espionagem» e é com frequência comparado a
Graham Greene e a John Le Carré. Vive em Washington D. C., com a mulher e dois
filhos.
Poema do mês de novembro
O valioso tempo dos maduros
para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas…
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir
assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso
cargo
de secretário geral do coral.
‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
Mário de Andrade
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