Esperanças de um vão contentamento,
Por meu mal tantos anos conservadas,
É tempo de perder-vos, já que ousadas
Abusastes de um longo sofrimento.
Fugi; cá ficará meu pensamento
Meditando nas horas malogradas,
E das tristes, presentes e passadas,
Farei para as futuras argumento.
Já não me iludirá um doce engano,
Que trocarei ligeiras fantasias
Em pesadas razões do desengano.
E tu, sacra Virtude, que anuncias,
A quem te logra, o gosto soberano,
Vem dominar o resto dos meus dias.
Marquesa de Alorna
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