quinta-feira, 14 de maio de 2015
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Livro do mês de maio
Uma
apaixonante aventura protagonizada por personagens inesquecíveis, cujas vidas
constroem um magnífico retrato da história do século XX. Desde os anos da
Segunda República espanhola até à queda do Muro de Berlim, passando pela
Segunda grande Guerra e pela Guerra Fria, o novo romance de Julia Navarro
transborda de intriga, política, espionagem, amor e traição.
A
história centra-se em Amélia Garayoa, personagem que se alicerça nitidamente na
lendária Mata-Hari. O livro inicia-se no presente com o jornalista Guillermo
Albi, que se encontra desempregado e sem expetativas algumas a ser incumbido
pela sua tia de investigar a vida da sua misteriosa bisavó.
Guillermo
viaja por meio mundo em busca do rasto de Amélia e, com esse trajeto, vai-nos
desvendando a fascinante vida de uma mulher com uma personalidade forte, de uma
imensa coragem cuja fidelidade e desejo de expiação a fez estar presente e
tomar parte na Guerra Civil de Espanha, na 2ª Guerra Mundial e na Guerra Fria.
Em simultâneo, Navarro vai também delineando o surgimento dos regimes
totalitaristas que se seguiram à Guerra Civil espanhola e o quanto perigosos
foram e podiam ter sido se tivessem vingado.
Julia
Navarro (Madrid, 1953) é jornalista e trabalhou ao longo da sua carreira na
imprensa escrita,

Os seus romances mereceram os mais
conceituados galardões: Premio Qué Leer para o melhor romance espanhol de 2004,
VIII Premio dos Lectores de Crisol, Premio Ciudad de Cartagena 2004, Premio
Pluma de Plata de la Feria del Libro de Bilbao 2005, Premio Protagonistas de
Literatura e Premio Más Que Música de los Libros 2006. Os direitos de adaptação
cinematográfica de A Irmandade do Santo
Sudário já foram vendidos e, neste momento, a sua adaptação ao cinema
encontra-se em fase de produção.
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Poema do mês de maio
Maio de Minha Mãe
O
primeiro de Maio de minha Mãe
Não era social, mas de favas e giestas.
Uma cadeira de pau, flor dos dedos do Avô
—
Polimento, esquadria, engrade, olhá-la ao longe —
Dava
assento a Florália, o meu primeiro amor.
Já não se usa poesia descritiva,
Mas como hei de falar da Maromba de Maio
Ou, se era macho, do litro de vinho na sua
mão?
O primeiro de Maio nas Ilhas, morno como uma
rosa,
Algodoado de cúmulos, lento no mar e
rapioqueiro
Como Baco em Camões,
Límpido de azeviche
E, afinal de contas, do ponto de vista
proletário,
Mais de mãos na algibeira do que Lenine em
Zurich.
(Porque foi por esta época: eu é que não
sabia!)
A minha Maromba tinha barriga de palha como as
massas
E a foice roçadoira da erva das cabras do
Ribeiro
Que se pegou, esquecida, no banco do martelo
de meu Avô
Cujas quedas iguais, gravíticas, profundas
Muito prego em cunhal deixaram,
Muita madeira emalhetaram,
Muita estrela atraíram ao bico da foice do
Ribeiro
Nas noites de luar em que roçava erva às
cabras.
Favas de Maio do meu tempo!
Havia poder popular
Nas mãos de minha mãe, que as descascava como
flores
E flores eram de si, na flórea abada
Como se já guardassem flor de laranjeira e
açaflor
Nas suas intenções de Maio 1918, para as depor
(Nem pensada sequer) na fronte à minha amada.
Vitorino Nemésio, in 'Antologia Poética'
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