Era
feita de luzes e de sombras. O pintor flamengo Van Eyck havia entendido a sua
essência como ninguém e pintado as linhas do seu rosto e o seu carácter, em
dois quadros distintos, para mostrar ao noivo Filipe III, duque da Borgonha. Um
feito de luzes, outro feito de sombras. Isabel, tal como a sua mãe, D. Filipa
de Lencastre, casava tarde. E a ideia de deixar Portugal, o pai envelhecido, os
cinco irmãos em constante desacordo, e Lopo, irmão de leite e melhor amigo,
para partir para um país longínquo e gelado atormentava-lhe o coração. Era a
terceira mulher de Filipe, já duas vezes viúvo, esperava vir a dar-lhe o
herdeiro legítimo de que Borgonha tanto precisava. A sua fama de mulherengo
atravessava fronteiras… Mas Isabel sabia que nascera para cumprir um destino,
ser a Estrela do Norte, que firme no céu indica o caminho. Saberia mudá-lo,
torná-lo num homem diferente, acreditava Isabel. Na manga levava um trunfo que
apenas partilhava com o seu irmão Henrique e com o seu fiel Lopo, na esperança
de se tornar senão amada, pelo menos indispensável. Mas ao longo da sua vida,
as sombras foram ganhando terreno e os acontecimentos precipitaram-se numa
espiral que Isabel não conseguia travar e de que apenas o seu filho a podia
salvar. Este romance traz-nos a surpreendente história de Isabel de Borgonha, a
única mulher da chamada Ínclita Geração, cantada por Luís de Camões, n´ “Os
Lusíadas”.
A
Ínclita Geração é a geração perfeita, os filhos de Avis, de D. Filipa de
Lencastre e D. João I, que marcaram, cada um à sua maneira, a História de
Portugal. Dela fazem parte D. Duarte, rei de Portugal, o infante D. Henrique, O
Navegador, impulsionador dos Descobrimentos, D. Fernando, morto no cativeiro em
Fez à mão dos mouros, D. João, condestável do Reino, D. Pedro, duque de
Coimbra, regente do reino, morto na batalha de Alfarrobeira, e Isabel de
Borgonha, a infanta que levou Portugal ao mundo. É através dos olhos da infanta
que olhamos para Portugal e para cada um dos seus irmãos.
Um
romance empolgante que acompanha a vida desta mulher do século XV, que assumiu
com inteligência e determinação o seu papel no governo de Borgonha urdindo
alianças com França e Inglaterra, que procurou salvar Joana d' Arc da morte,
abriu os braços aos sobrinhos fugidos de Portugal, num período de tumultos e
divisões. Foi aliada das descobertas do infante D. Henrique, assistindo
impotente à morte do seu querido irmão D. Fernando às mãos dos infiéis… Uma
mulher que nunca esqueceu que era filha de Filipa de Lencastre e princesa de
Portugal.
Isabel
Stilwell é jornalista e escritora. Desde o Diário de Notícias, onde começou aos
21 anos, que contribui de forma essencial para o jornalismo português. Fundou e
dirigiu a revista Pais & Filhos, foi diretora da revista Notícias Magazine durante
13 anos e diretora do jornal Destak até ao final do ano de 2012, entre muitos
outros projetos. Paralelamente escreveu vários livros de ficção, contos e
histórias para crianças, mas a sua grande paixão por romances históricos
revelou-se em 2007, com o bestseller "Filipa de Lencastre", a que se
seguiram "Catarina de Bragança" e "D. Amélia", com
crescente sucesso. Em abril de 2012, foi a vez de "D. Maria II", que
vendeu mais de 45 mil exemplares, e mereceu uma edição especial para o mercado
brasileiro. Em outubro de 2013 lança um novo romance histórico intitulado
"Ínclita Geração", sobre a vida de Isabel de Borgonha, filha de D.
Filipa de Lencastre, e em maio de 2015 publica o seu mais recente livro sobre a
mãe do nosso primeiro rei, "D. Teresa". Em julho de 2015 viu
traduzido para inglês o seu primeiro romance histórico, "Philippa of
Lancaster - English Princess, Queen of Portugal".
Mais
recentemente mantém a crónica, todos os sábados, no Jornal i, sobre os mais
diversos tópicos da atualidade. Escreve, também, para a revista Máxima, tendo
uma das suas peças sobre a adoção em Portugal ("Não amam nem deixam
amar", em conjunto com a jornalista Carla Marina Mendes) sido distinguida
com o 1º Prémio de jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia”. Continua a
colaborar mensalmente com a revista Pais & Filhos, e quando não está a
escrever, vira diariamente os "Dias do Avesso" em conversa com
Eduardo Sá, na Antena 1.
No
tempo que lhe sobra de crónicas, entrevistas, livros infantis e conferências
para os mais velhos, e os mais novos, dedica-se a investigar e a escrever o seu
próximo romance histórico.
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