Esta
história intemporal caracteriza a sociedade lisboeta do fim do séc. XIX: a
política, as corridas de cavalos, as tardes passadas no Grémio Literário, os
passeios em Sintra, os aspirantes a chique, etc.
Esta
crítica à sociedade é feita através da narrativa da vida de Carlos da Maia,
homem abastado e culto. Como a maioria das pessoas da época, acaba por viver
uma vida dupla, tendo sido amante de várias senhoras da alta sociedade. Ao seu
lado tem o seu melhor amigo, João da Ega, a projeção literária de Eça de Queirós.
É uma personagem contraditória: romântico e sentimental, mas também
progressista e crítico. O avô Afonso da Maia assiste a tudo, observando e
tentando, sem efeito, incutir a sua posição conservadora.
Dâmaso
Salcede representa tudo o que a sociedade tinha de pior. Mesquinho e
convencido, tem uma única preocupação na vida: ser "chique a valer".
Os
Condes de Gouvarinho, espelhos da falsidade da sociedade, representam a incompetência
do poder político.
Eça
de Queirós descreve esta sociedade de costumes e acaba a história com o romance
entre Carlos da Maia e Maria Eduarda, dois jovens que ao longo da trama
descobrem algo que mudará as suas vidas para sempre. Um final trágico, mas
óbvio e que somente Eça poderia dar nesta obra.
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