sábado, 6 de fevereiro de 2016

"Os Maias: episódios da vida romântica"



Esta história intemporal caracteriza a sociedade lisboeta do fim do séc. XIX: a política, as corridas de cavalos, as tardes passadas no Grémio Literário, os passeios em Sintra, os aspirantes a chique, etc.
Esta crítica à sociedade é feita através da narrativa da vida de Carlos da Maia, homem abastado e culto. Como a maioria das pessoas da época, acaba por viver uma vida dupla, tendo sido amante de várias senhoras da alta sociedade. Ao seu lado tem o seu melhor amigo, João da Ega, a projeção literária de Eça de Queirós. É uma personagem contraditória: romântico e sentimental, mas também progressista e crítico. O avô Afonso da Maia assiste a tudo, observando e tentando, sem efeito, incutir a sua posição conservadora.
Dâmaso Salcede representa tudo o que a sociedade tinha de pior. Mesquinho e convencido, tem uma única preocupação na vida: ser "chique a valer".
Os Condes de Gouvarinho, espelhos da falsidade da sociedade, representam a incompetência do poder político.

Eça de Queirós descreve esta sociedade de costumes e acaba a história com o romance entre Carlos da Maia e Maria Eduarda, dois jovens que ao longo da trama descobrem algo que mudará as suas vidas para sempre. Um final trágico, mas óbvio e que somente Eça poderia dar nesta obra.

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