Um
clássico de convicção, humanismo e coragem. Um romance imortal. Romance social
marcado por uma vasta análise de costumes da França de meados do século XIX, Os Miseráveis revela uma grande
complexidade tanto ao nível da escrita como da própria intriga, misturando-se
intimamente realismo e romantismo. Num contexto histórico que cobre o período
entre a batalha de Waterloo e as barricadas de Paris, Vítor Hugo apresenta-nos
a história de Jean Valjean, um popular prisioneiro condenado por ter roubado um
pão e cuja pena será agravada por tentativa de evasão. Em vez de ser reeducado
pela justiça humana para a vida civil, é endurecido no mal.
Ao
ganhar a liberdade sai da cidade à procura de um lugar para dormir e se
alimentar. Entretanto, é expulso de todas as hospedarias, pois consideravam-no
como um dos piores bandidos de sempre. Com frio e fome ele bate à porta da casa
de um bispo que o acolhe com dedicação, por mais que soubesse de quem se
tratava. Jean Valjean rouba castiçais e alguns talheres do bispo. Mas, logo
depois, é apanhado pela polícia que o leva até a casa do bispo. Este, por sua
vez, mente dizendo que havia dado os objetos ao hóspede e perdoa-o.
Arrependido,
Jean Valjean percebe o quanto é hipócrita e decide praticar a honestidade e o
bem ao próximo. Na Alemanha, ele torna-se dono de uma fábrica. Embora fosse
rico sempre foi procurado pela justiça pelo inspetor Javert, um homem muito
severo e dedicado à profissão que exercia. Porém, Jean sempre escapava das
emboscadas, pois era habilidoso e forte. Quando mudou de identidade e passou a chamar-se
Madeleine, conheceu uma mulher chamada Fantine. Ela tinha uma filha chamada
Cosette, a qual morava com a família dos Thénardier, pois a sua mãe não tinha
condições financeiras para a criar. Cosette trabalhava na casa dos Thénardier
como se fosse uma escrava. Apanhava e era humilhada pelas filhas do casal. No
entanto, a sua mãe não sabia. Quando Fantine faleceu, e como Jean Valjean havia
prometido, ele foi procurar Cosette e levou-a para morar consigo. Jean passou a
tratar de Cosette e a considerá-la como filha, oferecendo-lhe carinho e amor
paterno.
Cosette
conheceu um rapaz com o qual se casou, tendo Jean passado a morar sozinho. Jean
adoeceu e morreu.
No
seu túmulo estava apenas escrita a seguinte frase: “Ele dorme. Embora a sorte
lhe tenha sido adversa. Ele viveu. Morreu quando perdeu seu anjo; Partiu com a
mesma simplicidade; como a chegada da noite após o dia”.
Esta
história imbuída de misticismo e maravilhoso é, antes de mais, uma denúncia de
todo o tipo de injustiças, espelhando de forma exemplar as contradições e
grandezas do século XIX.
Victor
Hugo nasceu em 26 de fevereiro de 1802 e faleceu em 1885, na França. É
considerado o principal nome do romantismo francês. Escreveu muitos poemas e
romances lembrados até hoje. Entre eles, O
Corcunda de Notre Dame e Os
trabalhadores do mar. A obra de Victor Hugo supera o seu tempo. Retrata com
profundidade a condição humana e todos os níveis da sociedade, dos nobres aos
excluídos. As suas personagens possuem vida própria, pois são capazes de
denunciar a miséria, a falta de justiça e a necessidade de construir um mundo
melhor.
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