E o meu irmão
sabe
muitas coisas.
Sabe, por
exemplo,
que um grama de
pólen
é como um grama
de si mesmo,
docemente
predestinado ao lodo germinal,
ao mistério
daquilo que se erguerá vivo de ramos,
de frutos e de
filhos, com a bela certeza das transformações,
do começo
inevitável e do necessário final, porque o que é imutável
encerra o perigo
do eterno, e só os deuses têm tempo para a eternidade.
Luís Sepúlveda
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