Herberto Helder nasceu
em 1930 no Funchal, onde concluiu o 5.º ano. Em 1948 matriculou-se em Direito
mas cedo abandonou esse curso para se inscrever em Filologia Românica, que
frequentou durante três anos. Teve inúmeros trabalhos e colaborou em vários periódicos
como A Briosa, Re-nhau-nhau, Búzio, Folhas de Poesia, Graal, Cadernos do Meio-dia,
Pirâmide, Távola Redonda, Jornal de
Letras e Artes. Em 1969 trabalhou como diretor literário da editorial
Estampa. Viajou pela Bélgica, Holanda, Dinamarca e em 1971 partiu para África
onde fez uma série de reportagens para a revista Notícias. Em 1994 foi-lhe
atribuído o Prémio Pessoa, que recusou. Faleceu em Cascais a 23 de março de
2015, tinha 84 anos.
Obra:
Poesia – O Amor em Visita (1958)
A Colher na Boca (1961)
Poemacto (1961)
Lugar (1962)
Electrònicolírica (1964)
Húmus: poema-montagem (1967)
Retrato em Movimento (1967)
Ofício Cantante: 1953-1963 Antologia (1967)
O Bebedor Nocturno (1968)
Vocação Animal (1971)
Poesia Toda (1º vol. de 1953 a 1966; 2º vol. de 1963 a 1971) (1973)
Cobra (1977)
O Corpo o Luxo a Obra (1978)
Photomaton & Vox (1979)
Flash (1980)
A Plenos Pulmões (1981)
Poesia Toda 1953-1980 (1981)
A Cabeça entre as Mãos (1982)
As Magias (1987)
Última Ciência (1988)
Do Mundo (1994)
Poesia Toda (1996)
Ou o poema contínuo: súmula (2001)
A Faca Não Corta o Fogo - Súmula & Inédita (2008)
Ofício Cantante - Poesia Completa (2009)
Servidões (2013)
A Morte Sem Mestre (2014)
Os Passos em Volta (1963)
Apresentação do Rosto (1968).
A Faca Não Corta o Fogo (2008).
Aos amigos
Amo devagar os amigos
que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que
enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a
arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles
voltam-se profundamente
dentro do fogo.
— Temos um talento
doloroso e obscuro.
Construímos um lugar
de silêncio.
De paixão.
In Lugar
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