segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Palestra "A Revolução Industrial e a Ode Triunfal de Álvaro de Campos"




Nos dias 7 e 11 de Janeiro de 2011, as turmas A, B, C, D, E e F do 12.º ano reuniram-se no auditório da Escola Secundária de Seia para assistir a uma palestra dinamizada pela mestre Lúcia Leitão, que tinha como objectivo elucidar os alunos sobre a Revolução Industrial e as modificações por esta acarretada nas mais diferentes áreas, alterações essas patentes no poema “Ode Triunfal” de Álvaro de Campos.
A mestre Lúcia começou por apresentar os antecedentes da Revolução Industrial, localizando-a temporal e espacialmente. Ao referir as alterações por esta provocada, não só na vida humana mas também nos próprios conceitos de tempo e espaço, foram sendo apresentados excertos do poema “Ode Triunfal” de Álvaro de Campos que ilustravam essas mesmas modificações.
Ao ser um tema vastíssimo, alguns aspectos tiveram de ser abordados com mais ligeireza, o que alertou os alunos para a incrível complexidade deste fenómeno, chamando a atenção para a forma como ele viria a promover uma alteração radical de tudo o que até então era conhecido, em áreas tão diversas (mas ao mesmo tempo tão ligadas) como a Demografia, a Ciência, o Trabalho e o Urbanismo, entre tantas outras.
Tal como na obra de Álvaro de Campos, também nesta palestra se procurou mencionar algumas das repercussões negativas da Revolução Industrial, tantas vezes deixadas de lado aquando do estudo deste fenómeno.
Penso que o mais importante a ressaltar desta sessão, além, obviamente, dos conhecimentos adquiridos no relativo à civilização industrial cantada por Álvaro de Campos e criada pela Revolução Industrial, é a relação íntima existente entre todos os aspectos da nossa sociedade, cuja ligação é importante não ignorar.
Há a considerar que, embora todas as turmas presentes fossem do 12.º ano e, dessa forma, estudem a “Ode Triunfal” de Álvaro de Campos, os alunos frequentam diferentes cursos, nomeadamente o de Ciências e Tecnologias, Artes Visuais e Línguas e Humanidades. Assim, e embora aparentemente fosse este último grupo o que mais beneficiaria das informações transmitidas durante a palestra, foram encontrados pontos de interesse para cada uma das turmas, relacionados com a área em que estudam.
Os conhecimentos adquiridos serão indubitavelmente bastante relevantes no estudo do poema de Álvaro de Campos, que tão bem expõe a sociedade urbana do seu tempo, não se coibindo de exibir quer os aspectos positivos quer os negativos da industrialização.
Considerei a sessão muitíssimo enriquecedora, ao desenvolver o nosso espírito crítico e nos alertar para a importância de considerar os fenómenos como um todo e não isoladamente, tendência a que muitos de nós costumam ceder.
Esta actividade desenvolveu-se no âmbito do Projecto “As 5 Portas da Leitura: Promoção do Livro e da Leitura”, premiado, no ano lectivo 2008/2009, com a Candidatura de Mérito da Rede de Bibliotecas Escolares.

Visita de Estudo a Mafra


As visitas de estudo são um complemento à formação dos alunos, promovendo uma aprendizagem fora do espaço escolar, mas privilegiando, sempre, a sua ligação com os programas e a sua utilidade para o enriquecimento dos conteúdos estudados.
De acordo com estes princípios, a Biblioteca Escolar, no âmbito do Projecto “As 5 Portas da Leitura: Promoção do Livro e da Leitura”, organizou a visita de estudo a Mafra que se concretizou no dia 7 de Janeiro.
Esta visita de estudo serviu de motivação para o estudo da obra de José Saramago Memorial do Convento, leccionada aos alunos do 12º ano, pois para além de uma visita guiada ao Palácio de Mafra, assistimos, também, ao espectáculo de teatro Leitura encenada do Memorial do Convento, da responsabilidade do grupo Éter. A versão do Memorial do Convento apresentada é da autoria de Filomena Oliveira e Miguel Real, contando com a interpretação de Cláudia Faria ou Susana Branco ou Rita Fernandes, Paulo Campos dos Reis ou Sérgio Moura Afonso ou Pedro Vieira, João Brás ou Rogério Jacques, Pedro Mendes ou Ricardo Soares, Filipe Araújo ou Miguel Simões. Foram duas horas inesquecíveis que nos transpuseram para o tempo de Blimunda, Baltazar e Bartolomeu de Gusmão; que nos recordaram a prepotência de um rei que queria ficar na história pelas obras megalómanas que mandou edificar; que nos fizeram pensar nas condições miseráveis em que vivia o povo obrigado a trabalhar na construção do Convento de Mafra.
A visita guiada foi muitíssimo interessante, pois a guia, antes de a iniciar, situou-nos, de forma muito clara e objectiva, na época em que o Palácio foi construído, fazendo mesmo uma introdução ao estudo da obra Memorial do Convento. A visita em si foi muito interessante, sendo de vez em quando animada pelo bom humor da guia que nos acompanhou.
Para concluir, foi um dia cansativo, pois saímos por volta das seis horas e regressámos às vinte e uma horas, mas muito enriquecedor, instrutivo e elucidativo.