segunda-feira, 4 de junho de 2018

Livro do mês de junho: “O rapaz dos blocos”, de Keith Stuart


Alex, o pai: quer estar perto do filho, mas não consegue compreendê-lo. Algo tem de mudar.
Sam, o filho, de oito anos: cativante, surpreendente, autista. Para ele, o mundo é um enorme quebra-cabeças que não consegue resolver sozinho. Porém, quando Sam começa a jogar Minecraft, abre-se a porta para as descobertas que tanto o filho como o pai irão fazer acerca de si mesmos e da sua difícil relação. Pode uma família fragmentada voltar a ser construída, até se reunir outra vez?

Inspirada pelas experiências do autor com o seu filho, O Rapaz dos Blocos é uma singular história de amor e resiliência, uma moderna epopeia familiar.

«O Rapaz dos Blocos não é apenas construído através de um grande enredo, mas também com um enorme sentido de honestidade e descoberta. Mostra como o autismo não precisa de ser algo secreto e isolado, sendo antes uma condição que ilumina as partes mais fundamentais da nossa humanidade.» | The Guardian
«Este é um livro que se lê maravilhosamente e dá para ver que será um de muitos romances formidáveis de Keith Stuart. Mostra-nos, de forma inteligente, a passagem do mundo infantil para o mundo dos adultos, e oferece ao leitor uma explicação clara da importância de ambos.» | Huffington Post
«Até os corações mais empedernidos irão ficar mais suaves com esta história comovente, baseada na vida do autor com o seu filho autista.» | Mail on Sunday
«Trata-se de um romance terno, maravilhoso e cheio de revelações sobre a família, a amizade e o amor.» | Daily Mail

Keith Stuart, autor de O Rapaz dos Blocos, é o editor de videojogos no The Guardian. Começou como jornalista e depois chefe de redação na influente revista Edge, antes de se tornar freelancer no ano 2000 para acompanhar a cultura dos videojogos para publicações como The Official PlayStation Magazine, PC Gamer e T3. Também escreve sobre música, cinema e media para o The Guardian.

Poema do mês de junho: Sociedade


Sociedade


O homem disse para o amigo:
— Breve irei a tua casa
e levarei minha mulher.

O amigo enfeitou a casa
e quando o homem chegou com a mulher,
soltou uma dúzia de foguetes.

O homem comeu e bebeu.
A mulher bebeu e cantou.
Os dois dançaram.
O amigo estava muito satisfeito.

Quando foi hora de sair,
o amigo disse para o homem:
— Breve irei a tua casa.
E apertou a mão dos dois.

No caminho o homem resmunga:
— Ora essa, era o que faltava.
E a mulher ajunta: — Que idiota.

— A casa é um ninho de pulgas.
— Reparaste o bife queimado?
O piano ruim e a comida pouca.

E todas as quintas-feiras
eles voltam à casa do amigo
que ainda não pôde retribuir a visita.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Alguma Poesia'