terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
sábado, 6 de fevereiro de 2016
"Os Maias: episódios da vida romântica"
Esta
história intemporal caracteriza a sociedade lisboeta do fim do séc. XIX: a
política, as corridas de cavalos, as tardes passadas no Grémio Literário, os
passeios em Sintra, os aspirantes a chique, etc.
Esta
crítica à sociedade é feita através da narrativa da vida de Carlos da Maia,
homem abastado e culto. Como a maioria das pessoas da época, acaba por viver
uma vida dupla, tendo sido amante de várias senhoras da alta sociedade. Ao seu
lado tem o seu melhor amigo, João da Ega, a projeção literária de Eça de Queirós.
É uma personagem contraditória: romântico e sentimental, mas também
progressista e crítico. O avô Afonso da Maia assiste a tudo, observando e
tentando, sem efeito, incutir a sua posição conservadora.
Dâmaso
Salcede representa tudo o que a sociedade tinha de pior. Mesquinho e
convencido, tem uma única preocupação na vida: ser "chique a valer".
Os
Condes de Gouvarinho, espelhos da falsidade da sociedade, representam a incompetência
do poder político.
Eça
de Queirós descreve esta sociedade de costumes e acaba a história com o romance
entre Carlos da Maia e Maria Eduarda, dois jovens que ao longo da trama
descobrem algo que mudará as suas vidas para sempre. Um final trágico, mas
óbvio e que somente Eça poderia dar nesta obra.
Poema do mês de fevereiro
O homem e seu Carnaval
Deus
me abandonou
no
meio da orgia
entre
uma baiana e uma egípcia.
Estou
perdido.
Sem
olhos, sem boca
sem
dimensões.
As
fitas, as cores, os barulhos
passam
por mim de raspão.
Pobre
poesia.
O
pandeiro bate
é
dentro do peito
mas
ninguém percebe.
Estou
lívido, gago.
Eternas
namoradas
riem
para mim
demonstrando
os corpos,
os
dentes.
Impossível
perdoá-las,
sequer
esquecê-las.
Deus
me abandonou
no
meio do rio.
Estou
me afogando
peixes
sulfúreos
ondas
de éter
curvas
curvas curvas
bandeiras
de préstitos
pneus
silenciosos
grandes
abraços largos espaços
eternamente.
Carlos Drummond de Andrade
Livro do mês: "Triplo" de Ken Follett
No ano de 1968, Israel esteve por detrás do desaparecimento
de 200 toneladas de urânio, material destinado a dotar o Egito da bomba atómica
com a ajuda da União Soviética. Contudo nunca se conseguiu determinar como é
que um carregamento daquele minério, suficiente para produzir 30 armas
nucleares, desapareceu no mar alto sem deixar provas que comprometessem Israel.
Follett pegou nesta enigmática ocorrência e criou a partir dela um thriller
único, onde um suspense de alta voltagem se combina com factos históricos.
Triplo é a fascinante
história de um espantoso golpe de espionagem e um dos mais bem guardados
segredos do século passado. New York Times Bestseller.
Ken Follett nasceu a 5 de Junho de 1949, em Cardiff, no País
de Gales, e licenciou-se em Filosofia no
University College, em Londres.
Começou a sua carreira como jornalista no South Wales Echo e, mais tarde, no
London Evening News. Trocou a profissão de jornalista pela de editor e
continuou a escrever no tempo livre. A sua primeira obra foi publicada em 1978
sob o título Eye of the Needle, um
thriller que venceu o Edgar Award e deu origem a um filme. Vive em Londres com
a mulher, a deputada Barbara Follett, e os seus dois Labrador retrievers. Tem
estado associado a diversas associações para a promoção da literacia e da
leitura; é membro da Welsh Academy e Fellow da Royal Society of Arts. Follett é
um grande apreciador de Shakespeare e um músico amador.Eu sou o outro
Abílio Rocha, empregado de balcão de um conhecido café de Lisboa, próximo de Pessoa, conduz-nos num périplo pelos mundo de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, cruzando a obra de Pessoa ortónimo e heterónimos com a sua própria vida.
Uma vida plena dos sonhos e ilusões próprios de quem tem as suas raízes num Portugal profundo e conviveu, de perto, com um dos poetas mais consagrados da nossa língua. Uma vida que ecoa nas cordas do seu bandolim, fazendo vibrar o próprio eixo da nossa herança, da nossa identidade.
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