quarta-feira, 21 de março de 2018

Concurso Nacional de Leitura - fase de escola







Dia da Poesia

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca









segunda-feira, 12 de março de 2018

Poema do mês de março "O mar dos meus olhos"


Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes

Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes...
e calma

Sophia de Mello Breyner Andresen

Livro do mês de março: "Jardim de mulheres", de Aminatta Forna


Tudo começou com uma carta...
Abie Kholifa herda uma plantação de café da família, num país africano. Movida pelas palavras de Alpha Kholifa, seu primo, Abie regressa, iniciando uma viagem de reencontro com o passado.
Através das histórias contadas pelas suas quatro tias - Asana, Mary, Hawa e Serah -, ela descobre uma África atraída pelas tentações do Ocidente, mas desesperada por se manter fiel às suas tradições. Submersas em verdades silenciadas, mentiras sussurradas e contos mágicos, estas mulheres fortes - as verdadeiras protagonistas de Jardim de Mulheres - tentam alterar o correr tranquilo dos seus destinos e reivindicar as suas próprias identidades.
Percorrendo sensibilidades e gerações, Jardim de Mulheres é um romance espantoso sobre uma nação, uma família e as mulheres cujas histórias oferecem uma emotiva verdade que jamais entrará para as narrativas oficiais da História.

Aminatta Forna iniciou a sua carreira como repórter televisiva, tendo apresentado e produzido inúmeros programas para a BBC, no âmbito das artes e da política.
Apresentou, também, vários programas na rádio e, atualmente, colabora com diversos jornais, como The Independent, The Observer, Sunday Times e Evening Standard, além de integrar frequentemente o painel do júri em prémios literários.
Aminatta Forna divide o seu tempo entre Londres e a Serra Leoa, onde dinamiza o projeto Rogbonko Village School Trust.