quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Poema do mês de dezembro


Invictus

(0 poema que inspirou Mandela)

Do fundo desta noite que persiste 
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa; 
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

 

Autor: William E Henley
Tradutor: André C S Masini

Livro do mês de dezembro


Esta tragédia shakespeariana não é significativa apenas por enfocar o amor proibido entre dois jovens na Verona renascentista, mas também por denunciar a hipocrisia e as convenções sociais, os interesses económicos e a sede de poder, elementos que engendram inevitavelmente a intolerância e condenam o sentimento nobre que brota dos corações de Romeu e Julieta.

Em Verona, Itália, por volta de 1600, a rivalidade entre os Montecchios e os Capuletos acentua-se e os conflitos estendem-se a parentes e criados, apesar do apelo do príncipe pela paz. Num baile de máscaras na casa dos Capuletos, Romeu Montecchio conhece Julieta Capuleto. A paixão é mútua e instantânea. Ao descobrir que pertencem a famílias inimigas, os dois desesperam. Resolvem casar-se secretamente, com a cumplicidade de frei Lourenço.

No entanto, o destino desse amor seria trágico, dado que a peça termina com a morte dos dois jovens, cujas famílias se reconciliam definitivamente após tal tragédia.
 
 
William Shakespeare, poeta e dramaturgo inglês, nascido em 1564, em Stratford-Upon-Avon, e falecido em 1616, na sua terra natal, onde se encontra sepultado. O seu aniversário é comemorado a 23 de abril e sabe-se que foi batizado a 26 de abril de 1564. O seu pai, John Shakespeare, era um comerciante bem-sucedido e membro do conselho municipal. A mãe, Mary Arden, pertencia a uma das mais notáveis famílias de Warwickshire. Shakespeare frequentou o liceu de Stratford, onde os filhos dos comerciantes da região aprendiam Grego e Latim e recebiam uma educação apropriada à classe média a que pertenciam. Surge na cena Londrina cerca de 1592 e no inverno de 1594 integrou a mais importante companhia de teatro isabelina, The Lord Chamberlain's Men, onde permaneceu até ao final da sua carreira. A companhia deveu à popularidade de Shakespeare o seu lugar privilegiado entre as restantes companhias de teatro até ao encerramento dos teatros pelo Parlamento inglês em 1642. Em 1598 foi inaugurado o Globe Theatre, o teatro da companhia a que Shakespeare se associara. Além de uma coleção de sonetos e de alguns poemas épicos, Shakespeare escreveu exclusivamente para o teatro. As suas 37 peças dividem-se geralmente em três categorias: comédias, dramas históricos e tragédias. Shakespeare é considerado o mais influente dramaturgo a nível mundial
 

sábado, 14 de dezembro de 2013

Filme do mês de dezembro: 7 Pecados Rurais


De:  Nicolau Breyner

Com: João Paulo Rodrigues, José Raposo, Melânia Gomes, Nicolau Breyner, Patrícia Tavares, Paulo Futre, Quim Barreiros 

Género: Comédia

Classificação: M/12

Outros dados: Portugal, 2013, Cores, 95 min.
 Quim e Zé vão buscar duas primas afastadas de Lisboa, que pretendem reviver o Verão louco de há dois anos em Curral de Moinas, mas esbardalham-se fatalmente num rebanho de ovelhas. Quando chegam ao Céu, Deus oferece-lhes uma segunda oportunidade de voltar a Curral de Moinas. Terão de lhe provar que abdicarão de uma vida amoral e libertina, renunciando aos sete pecados capitais: luxúria, gula, ira, inveja, avareza, soberba e preguiça. Isto, por si, já seria um desafio quase impossível mas, para tornar tudo mais animado, cada vez que Quim e Zé vacilam perante o pecado são chamados “lá acima” ou vem Deus “cá abaixo”. Será que Quim e Zé resistem à avalanche de tentações que lhes são oferecidas?

 

As minhas desculpas pelo atraso na sugestão do filme do mês. Hesitei um pouco… deveria ser um filme de Natal, atendendo à época, ou de cinema de animação que os há, muitos e grandes produções (alguns). Mas decidi escolher o filme português estreado há 3 semanas.

Desta vez não digo que, se não gostarem pago o bilhete, porque ainda não vi. Por isso a razão da escolha é o facto de  estar a  ter uma excelente adesão do público, de ser uma comédia e de ser… português. Na verdade, 2012 foi o ano em que os espetadores portugueses menos foram ao cinema em comparação com o resto da Europa.

Daí a razão da escolha e da sugestão para o mês de dezembro: vamos todos “pecar” em Seia, no Cine Teatro da Casa da Cultura, dias 20, 21 e 22 de dezembro.
 
Carlos Teófilo

domingo, 1 de dezembro de 2013

Trabalhos dos alunos do curso de Artes Visuais


Participação dos alunos do curso de Artes Visuais da Escola Secundária de Seia na exposição de Comemoração do Centenário de Nascimento de Álvaro Cunhal, que decorreu no Salão das Magnólias, dos dias 1 a 9 de novembro, com o apoio da Biblioteca Escolar.








 

Poema do mês de novembro

A Forma Justa

Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo

Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo


Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"

Livro do mês de novembro

“Inferno” é o título de um livro vertiginoso, que ajuda a desdramatizar o seu próprio conceito. Dan Brown excede-se na arte do suspense, que cria desde o primeiro ao último parágrafo. Porém, supera-se sobretudo ao entretecer no enredo deste livro temas tão diversos como Arte, Ciência, Sobrepopulação, Literatura e História e, através de uma arquitetura literária de requintada qualidade, cria um thriller absolutamente apaixonante.
Além do mais, situa a intriga num espaço magnífico - a belíssima e antiga cidade de Florença, qual museu vivo onde cada pedra está impregnada de História. Como imaginar fugas e perseguições com veículos de última geração através da Ponte Vecchio, do Palácio Pitti e dos jardins que o rodeiam, os Jardins de Boboli? Como imaginar a ação de crime e mistério a desenrolar-se no Museu do Palácio Vecchio, na Catedral de Santa Maria das Flores, no Baptistério de São João e nas suas famosas Portas do Paraíso? Mistério, crime, morte e suspense acompanhados de descrições fabulosas da pintura de Giotto, da arquitetura de Brunelleschi, da escultura de Miguel Ângelo, da poesia épica de A Divina Comédia, de Dante Alighieri.
As descrições de arte na fabulosa e extraordinária cidade de Florença são múltiplas e belíssimas e ajudam a criar o suspense num enredo fascinante, porque escondem segredos antigos, que aguardam séculos para ser desvendados.
Após Florença, a ação decorre em Veneza e Istambul, novamente cidades únicas de cariz incontornável, onde as passagens secretas e os símbolos funcionam como fio condutor de um livro surpreendente, no qual nem James Bond, o agente secreto 007 de Sua Majestade, escapa à inteligência de Dan Brown.
 
Dan Brown nasceu em 1965 em New Hampshire, nos Estados Unidos da América, sendo filho de um professor de Matemática e de uma intérprete de música sacra. Brown estudou no liceu local e mais tarde licenciou-se.
Tentou fazer carreira como compositor, pianista e cantor em Los Angeles, sem sucesso e acabou por ir estudar história da arte em Sevilha, Espanha. Entretanto, a meias com a mulher, escreveu o livro 187 Homens a evitar: um guia para mulheres romanticamente frustradas. Em 1993 regressou a New Hampshire para se tornar professor de inglês na escola onde tinha estudado. Passados dois anos, um episódio na sua escola fez com que Dan Brown começasse a fazer pesquisas sobre a Agência Nacional de Segurança. Acabou por resultar desse interesse a escrita do seu primeiro romance Fortaleza Digital, que foi lançado em 1996 com  sucesso.
Quatro anos depois do seu romance de estreia, lançou Anjos e Demónios, seguindo-se em 2001 Deception Point. Finalmente, em Março de 2003, Dan Brown lançou no mercado norte-americano The Da Vinci Code (O Código Da Vinci), que logo no primeiro dia vendeu mais de seis mil exemplares, tendo-se tornado num dos livros mais vendidos de sempre em todo o mundo.