Ao morrer, Faustino Manso, famoso compositor
angolano, deixou sete viúvas e dezoito filhos. A filha mais nova, Laurentina,
realizadora de cinema, tenta reconstruir a atribulada vida do falecido músico.
Em As Mulheres do Meu Pai, realidade e ficção
entretecem-se, a primeira alimentando a segunda. Nos territórios que José
Eduardo Agualusa atravessa, porém, a ficção participa da realidade. As quatro
personagens do romance que o autor escreve, enquanto viaja, vão com ele de
Luanda, capital de Angola, até Benguela e Namibe. Cruzam as areias da Namíbia e
as suas povoações-fantasma, alcançando finalmente a Cidade do Cabo, na África
do Sul.
Continuam depois, rumo a Maputo, e de Maputo
a Quelimane, junto ao rio dos Bons Sinais, e dali até à ilha de Moçambique.
Percorrem nesta viagem “malhas que o Império tece”, paisagens que fazem
fronteira com o sonho, e das quais emergem as mais estranhas personagens.
As Mulheres do Meu Pai é um romance sobre
mulheres, música e magia. Nestas páginas anuncia-se o renascimento de África,
continente afetado por problemas terríveis, mas abençoado pelo talento da
música, o sempre renovado vigor das mulheres e o secreto poder de deuses muito
antigos.
José Eduardo Agualusa nasceu a 13 de Dezembro
de 1960 em Huambo, Angola. Estudou Silvicultura
e Agronomia em Lisboa. Publicou
o seu primeiro livro em 1989 e desde então a sua escrita tem sido muito
profícua: A Conjura
(romance,1989); D.
Nicolau Água-Rosada e outras estórias verdadeiras e inverosímeis (contos,
1990); O coração dos Bosques (poesia, 1991); A feira dos assombrados
(novela,1992); Nação Crioula (romance,1997); Fronteiras Perdidas, contos para
viajar (contos, 1999); Um Estranho em Goa (romance, 2000); Estranhões e
Bizarrocos (literatura infantil, 2000); A Substância do Amor e Outras Crónicas
(crónicas, 2000); O Homem que Parecia um Domingo (contos, 2002); Catálogo de
Sombras (contos, 2003); O Vendedor de Passados (romance, 2004); Manual Prático
de Levitação (contos,2005); A girafa que comia estrelas (novela,2005);
Milagrário Pessoal (romance, 2010) e Teoria geral do Esquecimento (romance,
2012). Os seus livros estão traduzidos em 25 idiomas. Recebeu vários prémios e
sobre a escrita afirma o autor: “Escrever me diverte, e escrevo também, porque
quero saber como termina o poema, o conto ou o romance. E ainda porque a
escrita transforma o mundo. Ninguém acredita nisto e no entanto é
verdade."