quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Livro do mês de janeiro


Ao morrer, Faustino Manso, famoso compositor angolano, deixou sete viúvas e dezoito filhos. A filha mais nova, Laurentina, realizadora de cinema, tenta reconstruir a atribulada vida do falecido músico.

Em As Mulheres do Meu Pai, realidade e ficção entretecem-se, a primeira alimentando a segunda. Nos territórios que José Eduardo Agualusa atravessa, porém, a ficção participa da realidade. As quatro personagens do romance que o autor escreve, enquanto viaja, vão com ele de Luanda, capital de Angola, até Benguela e Namibe. Cruzam as areias da Namíbia e as suas povoações-fantasma, alcançando finalmente a Cidade do Cabo, na África do Sul.

Continuam depois, rumo a Maputo, e de Maputo a Quelimane, junto ao rio dos Bons Sinais, e dali até à ilha de Moçambique. Percorrem nesta viagem “malhas que o Império tece”, paisagens que fazem fronteira com o sonho, e das quais emergem as mais estranhas personagens.

As Mulheres do Meu Pai é um romance sobre mulheres, música e magia. Nestas páginas anuncia-se o renascimento de África, continente afetado por problemas terríveis, mas abençoado pelo talento da música, o sempre renovado vigor das mulheres e o secreto poder de deuses muito antigos.
 
 
José Eduardo Agualusa nasceu a 13 de Dezembro de 1960 em Huambo, Angola. Estudou Silvicultura
e Agronomia em Lisboa. Publicou o seu primeiro livro em 1989 e desde então a sua escrita tem sido muito profícua: A Conjura  (romance,1989); D. Nicolau Água-Rosada e outras estórias verdadeiras e inverosímeis (contos, 1990); O coração dos Bosques (poesia, 1991); A feira dos assombrados (novela,1992); Nação Crioula (romance,1997); Fronteiras Perdidas, contos para viajar (contos, 1999); Um Estranho em Goa (romance, 2000); Estranhões e Bizarrocos (literatura infantil, 2000); A Substância do Amor e Outras Crónicas (crónicas, 2000); O Homem que Parecia um Domingo (contos, 2002); Catálogo de Sombras (contos, 2003); O Vendedor de Passados (romance, 2004); Manual Prático de Levitação (contos,2005); A girafa que comia estrelas (novela,2005); Milagrário Pessoal (romance, 2010) e Teoria geral do Esquecimento (romance, 2012). Os seus livros estão traduzidos em 25 idiomas. Recebeu vários prémios e sobre a escrita afirma o autor: “Escrever me diverte, e escrevo também, porque quero saber como termina o poema, o conto ou o romance. E ainda porque a escrita transforma o mundo. Ninguém acredita nisto e no entanto é verdade."

 
 
 

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