quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Alice Munro é o Prémio Nobel da Literatura


Escritora canadiana tem 82 anos de idade

Alice Munro é a vencedora do prémio Nobel da Literatura 2013. A eleita foi conhecida hoje em Estocolmo. É de nacionalidade canadiana e tem 82 anos de idade. É a 13ª mulher a ganhar o Nobel de Literatura. A última tinha sido a escritora romena Herta Müller, que recebeu o prémio em 2009.

Segundo o comité, Alice Munro foi escolhida devido à sua mestria «no conto contemporâneo» e «narrativa afinada caracterizada pela clareza e pelo realismo psicológico».

O galardão, no valor de oito milhões de coroas suecas (925 mil euros), foi anunciado pelo secretário da Academia de Ciências Sueca no histórico edifício da Bolsa, na baixa de Estocolmo.

Alice Munro nasceu a 10 de julho de em 1931, em Wingham, no Canadá. Em 2009 já tinha sido premiada com o Man Booker Prize. Entre as suas obras mais conhecidas estão títulos como: «O amor de uma boa mulher», «Fugas», «O progresso do amor» ou «Amada vida».

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Filme do mês de outubro: A Gaiola Dourada


Título original: La Cage Dorée

De: Ruben  Alves

Com: Rita Blanco, Joaquim de Almeida, Roland Giraud, ChanatlLauby

Género: Comédia

Classificação: M/12

Outros dados: POR/FRA, 2013, Cores, 90 min.

Maria e José Ribeiro são um casal de portugueses emigrados em França há mais de três décadas. Ela sempre trabalhou como porteira de um prédio num dos melhores bairros parisienses e ele na construção civil. Todos gostam deles, quer pela sua simpatia e humildade, quer pela sua incansável boa vontade para ajudar quem precisa. Quando recebem a notícia de uma herança em Portugal que lhes concretiza o velho sonho do regresso às raízes, tudo parece perfeito. Porém, a verdade é que ninguém está muito interessado em perder a sua amizade e, subtilmente, uns e outros começam a organizar-se de maneira a fazê-los mudar de ideias. 

Uma comédia de costumes com realização de Ruben Alves, que conta com a participação de Rita Blanco, Joaquim de Almeida, Chantal Lauby e Roland Giraud, entre outros.

 

 
Uma comédia como há muito tempo não se ria, perdão, via...Imperdível!
Em Seia no Cine Teatro da Casa da Cultura, integrado na secção “Panorama” do CineEco2013- 5ª e 6ª Fª dias 24 e 25 de outubro.
 
Carlos Teófilo


Poema do mês de outubro


Não posso adiar o amor para outro século

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa, O Grito Claro, 1958

Livro do mês de outubro: A Sombra da Sereia de Camilla Läckberg



Um homem desaparece misteriosamente em Fjällbacka e, apesar de todos os esforços de Patrik Hedstrom e dos seus colegas da Polícia, ninguém sabe se está vivo ou morto.

 Meses mais tarde, é encontrado no gelo com sinais de ter sido assassinado. O caso complica-se quando Christian Thydell, um amigo da vítima, começa a receber ameaças anónimas. Christian, cujo primeiro romance, A Sereia, acaba de ser publicado com grande sucesso, não aguenta a pressão e mostra as cartas anónimas a Erica Falk, que o tinha ajudado a rever o manuscrito. Erica entrega-as ao marido. Suspeitava há muito da existência de uma sombra ameaçadora na vida de Christian e está preocupada com o que possa vir a acontecer-lhe. Alguém tem um profundo ódio por ele, alguém aparentemente perturbado e instável que não hesitará em concretizar as suas ameaças. Apesar de estar no final de uma gravidez de gémeos, Erica procura encontrar respostas para as suas inquietações e essas respostas remetem para o passado e para uma história terrível.

O enredo da história em questão é habilmente construído numa fórmula que Lackberg tanto usa: uma viagem ao passado que ilustra uma vivência por norma sofrida para fazer o contraponto com a ação presente. Neste caso, a autora ilustra a infância de uma criança órfã, caracterizada por relações negligentes tanto por parte da mãe biológica, como posteriormente pelos pais adotivos.

A impaciência em conhecer a identidade desta criança bem como o desfecho da sua história é tal que o livro lê-se de um folego. Ficasse arrebatada não só pela história desta personagem mas também pela história das demais da ação no presente: quatro casais com os seus dilemas - o alcoolismo, o adultério ou doença de um conjugue.

Erica Faulk, apesar de, como a própria diz "estar enorme", volta a ter um papel ativo na investigação, embora o faça por conta própria, complementando o trabalho policial do marido e da equipa. Afinal de contas é amiga de Christian Thydell. Qualquer entusiasta da leitura irá certamente gostar desta personagem que acaba de escrever um livro, A Sereia. Um estreante nestas lides que sendo um bibliotecário, é tão amante de livros quanto eu! E dado que a autora não se coíbe em pormenores da vida pessoal das personagens, conseguimos aperceber-nos um pouco do receio aos críticos literários, ao baixo número de vendas ou ao impacto das apresentações dos livros como estratégia de marketing.

Depois de uma leitura algo sôfrega, um desfecho brilhante, arrebatador e chocante. Sem dúvida, nota máxima para A Sombra da Sereia!
 
 
Nascida em 1974, Camilla Läckberg licenciou-se na Universidade de Economia de Gotemburgo antes de se mudar para Estocolmo, onde foi economista durante alguns anos. Contudo, um curso sobre escrita criativa de livros policiais despoletou uma mudança drástica de carreira. Foi considerada a escritora sueca do ano em 2004 e 2005, e os seus quatro primeiros livros atingiram o primeiro lugar no top de vendas da Suécia. Atualmente, a autora vive com os dois filhos em Estocolmo.


Outros títulos da autora:


 
 

 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Aquilino Ribeiro (1885-1963)


É um dos romancistas mais fecundos da primeira metade deste século. Inicia a sua obra em 1913 com os contos de Jardim das Tormentas e com o romance A Via Sinuosa, 1918, e mantém a qualidade literária na maioria dos seus textos, publicados com regularidade e êxito junto do público e da crítica.
Andam Faunos pelos Bosques, 1926, A Casa Grande de Romarigães, 1957, O Malhadinhas e Quando os Lobos Uivam, 1958, representam tendências constantes da sua ficção: um regionalismo que é apego à terra campesina e às suas gentes, sem perder universalidade nos seus caracteres e descrições; uma ironia terna e complacente perante os vícios humanos comuns; uma crítica violenta da opressão política e do fanatismo ideológico, uma atenção inebriada ao pulsar do torrão campestre, tanto como à vibração sensual do corpo no ser humano.
 
Para conhecer a obra de Aquilino Ribeiro clique na imagem
 
 

domingo, 26 de maio de 2013

Livro do mês de maio


Esta é uma saga que irresistivelmente arrasta o leitor ao longo de cinco mundos, vividos e pensados através da obsessiva busca da felicidade que move os seus protagonistas.

Este romance foi concebido polifonicamente com a descrição dos vários modos de viver a amargura que medeia entre o abandono da terra e o retorno ao domínio do que é familiar.

Permitindo leituras muitíssimo subjetivas, este enredo pode constituir-se como uma peregrinação possível em tempos de escassez e de aventura.

 É também uma lição sobre o significado de regresso, que se não limita a perfazer o círculo e constitui uma visão fascinante do Portugal que todos, de uma maneira ou de outra, conhecemos.

Este livro é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o Ensino Secundário.
 
João de Melo nasceu nos Açores, em 1949. Aos 11 anos, deixa a sua ilha natal para prosseguir os
estudos no continente, como aluno interno do Seminário dos Dominicanos, onde permanece entre 1960 e 1967. Abandonado o seminário, passa a viver em Lisboa, prosseguindo os estudos enquanto trabalha e iniciando colaborações na imprensa escrita. No Diário Popular publica o seu primeiro conto, aos 18 anos. A partir de então publicará contos, crítica literária e poemas em diversos periódicos de Lisboa e dos Açores, integrando-se na geração literária que, sediada em Angra do Heroísmo - e ligada ao suplemento literário do jornal A União - renovou a literatura açoriana contemporânea. A incorporação no exército em 1970 e a posterior ida para Angola, onde permaneceu 27 meses numa zona de guerra, marcá-lo-ão em termos pessoais e literários, sendo tema de vários livros seus, de que se destaca, na ficção, Autópsia de Um Mar de Ruínas, romance que é uma referência na Literatura Portuguesa sobre a guerra colonial. Após a revolução de Abril de 1974, João de Melo licencia-se em Filologia Românica mantendo sempre colaboração em diversas revistas literárias (Colóquio-Letras, Vértice e, mais tarde, Sílex, Ler, etc.). No início da década de 80, torna-se professor do ensino secundário, atividade em que reparte até hoje o seu tempo com a escrita literária