domingo, 23 de março de 2014

Livro do mês de março


“A obra de Florbela é a expressão poética de um caso humano. Decerto para infelicidade da sua vida terrena, mas glória do seu nome e glória da poesia portuguesa, Florbela vive a fundo esses estados quer de depressão, quer de exaltação, quer de concentração em si mesma, quer der dispersão em tudo, que na sua poesia atingem tão vibrante expressão.

"Mulheres com talento vocabular e métrico para talharem um soneto como quem talha um vestido; ou bordarem imagens como quem borda a missanga; ou (o que é ainda menos agradável) se dilatarem em ondas de verbalismo como quem se espreguiça por nada ter que fazer, que dizer-naturalmente as houve, e há, antes e depois da vida de Florbela. (…) Também decerto, apareceram na nossa poesia autênticas poetisas, antes e depois de Florbela. Nenhuma, porém, até hoje, viveu tão a sério um caso tão excepcional e, ao mesmo tempo, tão significativamente humano. Jorge de Sena dirá tão expressivamente feminino.” (José Régio)
 
 
 
Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894, sendo batizada, com o nome de
Flor Bela Lobo, a 20 de Junho do ano seguinte, como filha de Antónia da Conceição Lobo e de pai incógnito. É em Vila Viçosa que se desenrola a sua infância. Em Outubro de 1899, Florbela começa a frequentar o ensino pré-primário, passando a assinar Flor d'Alma da Conceição Espanca (algumas vezes, opta por Flor, e outras, por Bela). Em Novembro de 1903, aos sete anos de idade, Florbela escreve a sua primeira poesia de que há conhecimento, «A Vida e a Morte», mostrando uma admirável precocidade e anunciando, desde já, a opção por temas que, mais tarde, virá a abordar de forma mais complexa. Ainda no mesmo ano, Florbela começa a escrever uma poesia sem título, o seu primeiro soneto.

Conclui a instrução primária em Junho de 1906, entrando para o atual sexto ano de escolaridade em Outubro do mesmo ano. No ano seguinte, Florbela aponta os primeiros sinais da sua doença, a neurastenia; além disso, escreve o seu primeiro conto, «Mamã!». Em 1908, Antónia Lobo, a mãe de Florbela, morre vítima de neurose, após o que a família se desloca para Évora, para Florbela prosseguir os seus estudos no Liceu André Gouveia, com o chamado Curso Geral do Liceu, cuja sexta classe (próxima do 10º ano atual) completa em 1912. Entretanto, em 1911, começa a namorar com Alberto Moutinho, mas acaba por se afastar deste, em virtude de uma nova paixão por José Marques, futuro diretor da Torre do Tombo. Após romper com este, no ano seguinte, Florbela reata o namoro com Alberto Moutinho e, a 8 de Dezembro, uma vez emancipada, casa com ele, pelo civil, aos 19 anos.
Em 1914, apesar de algumas dificuldades económicas, o casal muda-se para o Redondo, na Serra d'Ossa, onde abre um colégio e leciona. Numa festa do colégio, Florbela recita, pela primeira vez, versos seus em público. É no ano seguinte que Florbela inicia o seu caderno «Trocando Olhares», que completa ao longo de cerca de um ano e meio. Em 1916, a revista «Modas e Bordados» publica o soneto «Crisântemos», cheio de alterações ao original, e Florbela torna-se amiga da diretora e da subdiretora da revista, Júlia Alves, com quem, aliás, inicia correspondência. Alguns meses depois, torna-se colaboradora do jornal «Notícias de Évora», e desiste de um projeto intitulado «Alma de Portugal», um livro de acentuada carga patriótica, e que conteria as partes «Na Paz» e «Na Guerra».
Em 1917, após ter regressado a Évora, Florbela completa o atual 11º ano do Curso Complementar de Letras, com catorze valores; apesar de querer seguir essa área, acaba por se inscrever, em Outubro, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, o que a obriga a mudar-se para Lisboa, onde começa a contactar com a vida boémia. Na sequência de um aborto involuntário, em 1919, Florbela tem de se mudar para Quelfes, perto de Olhão, onde apresenta os primeiros sintomas sérios de neurose. Pouco depois, o seu casamento desfaz-se e Florbela decide ir para Lisboa prosseguir o curso, separando-se do marido, e passando a conhecer a rejeição da sociedade. Em Junho de 1919, depois de alguma correspondência trocada com Raul Proença, sai a lume o «Livro de Mágoas»; posteriormente, completa o terceiro ano de Direito. No ano seguinte, inicia «Claustro das Quimeras»; simultaneamente, passa a viver com António Guimarães, em Matosinhos, com quem se casa em 1921, após o primeiro divórcio.
De volta a Lisboa, em 1923, Florbela vê publicado o «Livro de Soror Saudade», mas tem de se mudar rapidamente para Gonça, perto de Guimarães, para se tratar de um novo aborto. Assim, Florbela separa-se do marido, que pede o divórcio, oficializado em 1924; isso leva a que a família de Florbela não lhe fale durante dois anos, o que a abala muito.
Em 1925, depois de se ter mudado para a casa de Mário Lage, em Esmoriz, casa com ele, pelo civil e, depois, pela Igreja. Dois anos depois, enquanto Florbela traduz romances franceses para a Livraria Civilização no Porto (que publica oito trabalhos seus), e prepara «O Dominó Preto», o seu irmão falece, o que a torna uma mulher triste e desiludida e inspira «As Máscaras do Destino». Enquanto a relação com o marido se desgasta progressivamente, a neurose de Florbela agrava-se bastante; é neste período que, possivelmente, se apaixona pelo pianista Luís Maria Cabral, a quem dedica «Chopin» e «Tarde de Música»; talvez por isso, tenta suicidar-se. Em 1929, Florbela passa por Lisboa, onde lhe é recusada a participação no filme «Dança dos Paroxismos», de Jorge Brum do Canto, e segue para Évora, onde, em 1930, começa a escrever o seu «Diário do Último Ano». Passa, então a colaborar nas revistas «Portugal Feminino» e «Civilização», e trava conhecimento com Guido Battelli, que se oferece para publicar «Charneca em Flor». Já em Matosinhos, Florbela revê as provas do livro, depois da segunda tentativa de suicídio, em Outubro ou Novembro, período em que a neurose se torna insuportável e lhe é diagnosticado um edema pulmonar. A 8 de Dezembro, dia do nascimento e do primeiro casamento, Florbela suicida-se, cerca das duas horas, com dois frascos de Veronal.
 
 
 

domingo, 9 de março de 2014

Sessão de Poesia


Filme do mês de março


Realização : Woody Allen

Ator / Atriz

Cate Blanchett, Alec Baldwin, Sally Hawkins;

Género: Drama

Classificação: M/12

Outros dados: USA, 2013, Cores, 98 min.

Casada com um multimilionário nova-iorquino, Jasmine Francis sempre se habituou aos maiores luxos que a vida lhe poderia proporcionar. Porém, quando o marido se apaixona por outra mulher e lhe pede o divórcio, tudo aquilo em que ela sempre acreditou perde sentido. Agora, sem dinheiro e sem nenhum outro lugar para onde ir, muda-se para São Francisco e vai viver para o modesto apartamento de Ginger, a irmã, com quem sempre manteve uma relação distante. É assim que, deprimida e totalmente desenquadrada, Jasmine vai tentando recompor a sua vida, passo a passo. E, ao mesmo tempo que reformula a sua relação com Ginger, vai-se esforçando por encontrar um novo sentido para a sua vida e fazer daquele lugar o seu novo lar.
 
 

Ações de Formação



A BE enfeitou-se para o Carnaval







quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Livro do mês de fevereiro


Duarte e Vasco são ambos advogados e amigos, descendentes de famílias tradicionais portuguesas. Duarte tem tudo para ser um homem de sucesso: uma carreira invejável, uma mulher bonita e muito dinheiro. O seu casamento com Sara personifica a paixão arrebatadora e insaciável. Vasco é um homem simples e só exerce advocacia para poder ajudar quem precisa. É casado com Leonor, uma mulher normal de classe média, e sente por ela um verdadeiro amor, a ponto de ter enfrentado os preconceitos da família para ficarem juntos.

Assista a este verdadeiro jogo de sentimentos.
 
 
 
 


Manuel Arouca nasce em Porto Amélia, Moçambique, a 3 de Janeiro de 1955. Marcado pela sua
infância em África, tem uma adolescência rebelde, o que o faz viajar mais tarde pela Europa e Estados Unidos. Entra na Faculdade de Direito com vinte e cinco anos e é nesse período que escreve Filhos da Costa do Sol, o seu primeiro romance, considerado um dos mais importantes best-sellers dos anos oitenta, e Ricos, Bonitos e Loucos. Desiste da advocacia e dedica-se inteiramente à escrita. Foi autor de argumentos de novelas, nomeadamente Jardins Proibidos, A Jóia de África, Baía de Mulheres, entre outras. Interrompeu, em 2004, a sua atividade como guionista para se dedicar exclusivamente à escrita de Deixei o meu coração em África.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Poema do mês de fevereiro


Há metafísica bastante em não pensar em nada.

O que penso eu do mundo?

Sei lá o que penso do mundo!

Se eu adoecesse pensaria nisso.


Que ideia tenho eu das cousas?

Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?

Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma

E sobre a criação do Mundo?

 
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos

E não pensar. É correr as cortinas

Da minha janela (mas ela não tem cortinas).

 
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!

O único mistério é haver quem pense no mistério.

Quem está ao sol e fecha os olhos,

Começa a não saber o que é o sol

E a pensar muitas cousas cheias de calor.

Mas abre os olhos e vê o sol,

E já não pode pensar em nada,

Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos

De todos os filósofos e de todos os poetas.

A luz do sol não sabe o que faz

E por isso não erra e é comum e boa.


Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?

A de serem verdes e copadas e de terem ramos

E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,

A nós, que não sabemos dar por elas.

Mas que melhor metafísica que a delas,

Que é a de não saber para que vivem

Nem saber que o não sabem?


"Constituição íntima das cousas"...

"Sentido íntimo do Universo"...

Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.

É incrível que se possa pensar em cousas dessas.

É como pensar em razões e fins

Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores

Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.


Pensar no sentido íntimo das cousas

É acrescentado, como pensar na saúde

Ou levar um copo à água das fontes.


O único sentido íntimo das cousas

É elas não terem sentido íntimo nenhum.

Não acredito em Deus porque nunca o vi.

Se ele quisesse que eu acreditasse nele,

Sem dúvida que viria falar comigo

E entraria pela minha porta dentro

Dizendo-me, Aqui estou!

 
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos

De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,

Não compreende quem fala delas

Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)


Mas se Deus é as flores e as árvores

E os montes e sol e o luar,

Então acredito nele,

Então acredito nele a toda a hora,

E a minha vida é toda uma oração e uma missa,

E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.


Mas se Deus é as árvores e as flores

E os montes e o luar e o sol,

Para que lhe chamo eu Deus?

Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;

Porque, se ele se fez, para eu o ver,

Sol e luar e flores e árvores e montes,

Se ele me aparece como sendo árvores e montes

E luar e sol e flores,

É que ele quer que eu o conheça

Como árvores e montes e flores e luar e sol.


E por isso eu obedeço-lhe,

(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).

Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,

Como quem abre os olhos e vê,

E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,

E amo-o sem pensar nele,

E penso-o vendo e ouvindo,

E ando com ele a toda a hora.

 

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema V"

Semana da Leitura 2014


Entre 17 e 21 de março de 2014, realiza-se a 8ª edição da Semana da Leitura, centrada no tema Língua Portuguesa, que celebra os 800 anos do conhecimento dos seus textos mais antigos.
Nesta semana, sugere-se às escolas que participem no Concurso Ler é uma Festa! e cruzem as iniciativas ligadas à escrita, à leitura e à fala em língua Portuguesa com outros projetos,  mobilizando diversos saberes na abordagem de temáticas transversais: Ciência, Comunicação, Arte, Cultura, Globalização, Saúde...
Neste sentido, convidam-se as escolas, ao longo do mês de março, a aliarem a Semana da Leitura ao Programa SOBE e às comemorações do Dia Mundial da Saúde Oral, bem como a outras efemérides: Dia Mundial do Teatro, Dia Mundial da Poesia, ...
Junta-te à festa. Festeja a leitura e a língua Portuguesa!
 

Filme do mês de fevereiro


Golpada Americana

Realização: David O. Russell

Ator / Atriz: Christian Bale, Bradley Cooper, Amy Adams, Jeremy Renner e Jennifer Lawrence. Estreado em Portugal  a 16 de janeiro de 2013.

Género: Comédia dramática/Policial

Classificação: M/12

Outros dados: USA, 2013, Cores, 99 min.

Sinopse: Situado no fascinante mundo de um dos escândalos mais impressionantes que abalou os EUA, Golpada Americana é uma ficção sobre a história do brilhante vigarista Irving Rosenfeld, que em conjunto com a igualmente astuta e sedutora Sydney Prosser, se vê  forçado a trabalhar para Richie DiMaso, um alucinado agente do FBI. DiMaso empurra-os para o mundo vigarista e mafioso de Jersey que tem tanto de perigoso quanto de aliciante. Carmine Polito é um apaixonado e volátil político de Jersey que acaba envolvido nesse universo de polícias e vigaristas. E Rosalyn, a imprevisível mulher de Irving, poderá ser aquela a puxar o fio que fará todo este mundo desabar.
Nomeado para 10 Óscares , incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator: Christian  Bale; Melhor Atriz: Amy Adams, Melhor Atriz Secundária: Jennifer Lawrence e Melhor Ator Secundário:  Bradley Cooper).
Em exibição em Seia, no Cine Teatro da Casa da Cultura, dias 28 de fevereiro, 1 e 2 de março.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Concurso “25 de abril: o futuro da democracia em Portugal e na Europa”

  REGULAMENTO
 
A Rádio e Televisão de Portugal, S.A. (RTP) associa-se às comemorações dos 40 anos do 25 de Abril. Atentas as especiais obrigações que decorrem da sua natureza de concessionária do serviço público de rádio e televisão, entendeu a RTP que, para além das inúmeras iniciativas que decorrerão nos seus espaços de emissão, deveria promover junto da camada mais jovem da população, como são os alunos do ensino secundário e das universidades e politécnicos, uma reflexão quanto ao significado desta data e, em concreto, quanto ao futuro da democracia em Portugal e na Europa. Avaliar essa reflexão, premiando-a, é o objetivo deste concurso.
 
1. A RTP/Antena 1, com o apoio da Universidade de Lisboa, da Universidade do Porto, da Universidade de Coimbra e do Conselho Nacional de Educação, irá atribuir o Prémio “25 de Abril: O Futuro da Democracia em Portugal e na Europa”, adiante apenas designado por Prémio destinado a distinguir Ensaios inéditos sobre o tema que dá nome ao Prémio.
 
2. Poderão participar jovens, dos 14 aos 26 anos, que frequentem o ensino secundário e superior (universitário e politécnico) em Portugal continental e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.
 
3. A participação poderá ser feita em grupo, desde que esse grupo designe um representante que beneficiará do prémio.
 
4. Os Ensaios concorrentes deverão ser apresentados em Língua Portuguesa, com o máximo de 25 páginas, em folhas A4, datilografados a dois espaços e entregues ou remetidos para a sede da RTP, sita na Avenida Marechal Gomes da Costa, n.º 37, 1849-030 Lisboa, com a menção "Prémio 25 de Abril: O Futuro da Democracia em Portugal e na Europa ou através do endereço eletrónico www.rtp.pt/ofuturodademocracia.
 
5. Juntamente com os Ensaios, o(s) participante(s) deve estar devidamente identificado, indicando nome completo, idade, estabelecimento de ensino que frequenta, bem como morada, endereço eletrónico e número de telefone para contacto.
 
6. A seleção dos Ensaios será efetuada, numa primeira fase, por um júri composto por representantes das instituições apoiantes (Universidade de Lisboa, Universidade do Porto, Universidade de Coimbra, Conselho Nacional da Educação e Antena1/RTP) que seleciona 8 trabalhos (4 das universidades/politécnicos e 4 do ensino secundário) que posteriormente serão submetidos à apreciação de um grupo de quatro individualidades de reconhecido prestígio na sociedade portuguesa.
 
7. Na segunda fase, o júri composto por quatro individualidades de reconhecido prestígio na sociedade portuguesa, referido no número anterior, irá proceder à seleção dos 4 trabalhos finais (2 das universidades/politécnicos e 2 do ensino secundário).
 
8. Cada um dos Ensaios será apresentado pelo respetivo vencedor ou, no caso de o vencedor ser um grupo, pelo aluno que foi indicado como representante do grupo, e por uma das personalidades que integram a segunda fase do júri, em diferentes universidades do país, na semana que antecede a comemoração dos 40 anos do 25 de Abril.
 
9. Os 4 jovens vencedores irão deslocar-se a Bruxelas e aí assistir às atividades do Parlamento Europeu e conhecer os novos eurodeputados. No decurso da visita de 3 dias a Bruxelas, a realizar no final do ano de 2014, após a tomada de posse do novo Parlamento, a RTP, através do seus serviços de programas Antena 1 e RTP 1 irão realizar 5 reportagens a transmitir posteriormente. As deslocações dos vencedores incluem as viagens e estadia durante visita.
 
10. Os Ensaios terão de ser enviados até ao dia 16 de março, nos termos e condições definidos no número 4,decorrendo as avaliações dos dois júris entre os dias 24 de março e 7 de abril, sendo os vencedores anunciados nessa data ou nos dias imediatos.
 
11. Caso a RTP não consiga contactar algum dos vencedores através dos contactos indicados, esse vencedor perderá o direito ao prémio, podendo o prémio ser atribuído a outro participante.
 
12. Os nomes dos vencedores poderão ser anunciados publicamente pela RTP através dos meios de divulgação que entenda por necessários.
 
 
1. A RTP e os parceiros envolvidos – Universidade de Lisboa, Universidade do Porto e Conselho das Escolas – determinarão o critério a aplicar em qualquer situação não prevista expressamente no presente Regulamento, sendo as únicas autoridades interpretativas do mesmo, reservando-se o direito de efetuar qualquer modificação na realização deste Prémio, passando as novas a vigorar no ato da respetiva divulgação e prolongá-lo ou suspendê-lo sem qualquer aviso prévio.
 
2. Para a resolução de qualquer litígio emergente da execução, inexecução, incumprimento, interpretação ou integração do presente regulamento ou resultante da execução deste passatempo, que não seja resolvido por mútuo acordo entre as partes, estas elegem como competente o foro da Comarca de Lisboa, com expressa renúncia de qualquer outro.
 
3. A participação neste Prémio implica a concordância com a totalidade deste regulamento.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Concurso de Banda Desenhada



LER A SORRIR

Concurso de Banda Desenhada

O Plano Nacional de Leitura, a Rede de Bibliotecas Escolares, a Direcção-Geral da Saúde, a Ordem dos Médicos Dentistas e a NCreatures, organizam um concurso de banda desenhada, de acordo com o Regulamento seguinte:
REGULAMENTO
1. Podem participar neste Concurso todos os alunos do 3º Ciclo e do Ensino Secundário do universo escolar português, território continental e insular.
2. O prazo para participar será de 12 de Fevereiro a 18 de Março de 2014.
3. Cada aluno pode participar apenas com um trabalho - não estão previstas participações coletivas.
4. Serão considerados 3 vencedores em cada nível de ensino (3º Ciclo e Ensino Secundário) correspondentes a 1º | 2º | 3º lugares em cada um deles, respectivamente.

5. A participação será considerada válida mediante a entrega de um trabalho de banda desenhada com o tema LER A SORRIR que se refere à relação estreita entre a LEITURA e a SAÚDE ORAL, fundamento do Projecto SOBE – Saúde Oral, Bibliotecas Escolares.
 
 
6. Este trabalho deve ser apresentado ao Plano Nacional de Leitura, via digital, através dos endereços de e-mail: manuel.goncalves@planonacionaldeleitura.gov.pt | virginia.santos@planonacionaldeleitura.gov.pt
7. Do email a enviar devem constar as seguintes informações:
  • nome do concorrente | contacto telefónico e de e-mail
  • nome do encarregado de educação ou responsável legal | contacto telefónico e e-mail do encarregado de educação ou responsável legal
  • resumo da história

  • o trabalho a concurso, em anexo, constituído por 1 a 5 páginas de banda desenhada, independentemente do estilo de desenho da mesma.
 
 
  • declaração de responsabilidade, necessária para concorrentes menores, que deve ser anexada ao email
8. Um júri formado por representantes seleccionados pelo Plano Nacional de Leitura, a Rede de Bibliotecas Escolares, a Direcção-Geral da Saúde, a Ordem dos Médicos Dentistas e a NCreatures, fará a seleção dos três Vencedores, de cada nível de ensino aos quais corresponderá um prémio a definir posteriormente.
 
9. O júri assim constituído reserva-se o direito de não atribuição de algum dos prémios.
10. As decisões do Júri não são passíveis de recurso.
11. A organização entrará em contato por via telefónica com os Vencedores ou com um dos seus pais ou representantes legais, no caso de este ser menor de idade, para os informar da sua condição de Vencedores e para dar todos os detalhes relativos à entrega do prémio.
10. Os organizadores do Concurso reservam-se o direito de, por motivos de força maior, cancelar o Passatempo e/ou modificar este Regulamento.
11. A participação no Passatempo implica a aceitação integral do presente Regulamento.
12. Os Vencedores, os seus pais ou representantes legais, no caso de este ser menor de idade, dão, mediante a aceitação deste Regulamento, o seu consentimento para que o Plano Nacional de Leitura, a Rede de Bibliotecas Escolares, a Direcção-Geral da Saúde, a Ordem dos Médicos Dentistas e a NCreatures possam utilizar o seu nome em ações que estejam relacionadas com o Passatempo, com a sua promoção e/ou publicidade em qualquer meio.


A BE e o dia de S. Valentim

 

 
 
Participação dos alunos:
 
"Repara no meu olhar
Quando vejo o teu sorriso
Quero ser a razão dele
Assumir um compromisso"
 
                                                         MFNF
 
"Virou tudo, girou tudo
O Mundo estava ao contrário
Mas quando vi o teu olhar
Tornou-se tudo como um
Mundo imaginário!
Inocência reconhecida
No teu rosto marcado
A vida segue em frente
... mas quero-te."
 
Apaixonado >3
Lest Beat


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dia de S. Valentim

 
 
Se me esqueceres
 
Quero que saibas
uma coisa.
 
Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.
 
Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.
Se de súbito

me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.
 
Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.
 
Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.

Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda"

O Amor, Meu Amor

Nosso amor é impuro
 como impura é a luz e a água
 e tudo quanto nasce
 e vive além do tempo.

 Minhas pernas são água,
 as tuas são luz
 e dão a volta ao universo
 quando se enlaçam
 até se tornarem deserto e escuro.
 E eu sofro de te abraçar
 depois de te abraçar para não sofrer.

 E toco-te
 para deixares de ter corpo
 e o meu corpo nasce
 quando se extingue no teu.

 E respiro em ti
 para me sufocar
 e espreito em tua claridade
 para me cegar,
 meu Sol vertido em Lua,
 minha noite alvorecida.

 Tu me bebes
 e eu me converto na tua sede.
 Meus lábios mordem,
 meus dentes beijam,
 minha pele te veste
 e ficas ainda mais despida.

 Pudesse eu ser tu
 E em tua saudade ser a minha própria espera.

 Mas eu deito-me em teu leito
 Quando apenas queria dormir em ti.

 E sonho-te
 Quando ansiava ser um sonho teu.

 E levito, voo de semente,
 para em mim mesmo te plantar
 menos que flor: simples perfume,
 lembrança de pétala sem chão onde tombar.

 Teus olhos inundando os meus
 e a minha vida, já sem leito,
 vai galgando margens
 até tudo ser mar.
 Esse mar que só há depois do mar.

Mia Couto, in "idades cidades divindades"
 

Agora que Sinto Amor

Agora que sinto amor
Tenho interesse no que cheira.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa nova.
Sei bem que elas cheiravam, como sei que existia.
São coisas que se sabem por fora.
Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça.
Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira.
Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver.

Alberto Caeiro, in "O Pastor Amoroso"
Heterónimo de Fernando Pessoa

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Filme do mês de janeiro


12 Anos Escravo

Título original:

"12 Years as a Slave"

Realizador: Steve Mcqueen

Atores: Chiwetel Ejiofor, Michael K. Williams, Michael Fassbender

Argumento de John Ridley baseado na obra de  Solomon Northup "Twelve Years as a Slave"

Género:  Drama/Ação Classificação:  M/12

Outros dados: USA, 2013, Cores, 134 min.

 

Dirigido por Steve McQueen (não confundir com o saudoso e fabuloso ator, de “Bullit” prematuramente falecido em 1980) este filme recebeu, ontem, 9 nomeações para os Óscares de 2014, incluindo o de Melhor Filme e Melhor Realizador.

Com este filme dramático McQueen procura aprofundar a história da escravatura nos EUA e a abordá-la segundo uma perspetiva mais realista, a partir de factos verídicos.

Tem como base as memórias do próprio Solomon Northup, que foi raptado e vendido como escravo em meados do século XIX.

 Classificado com 8.5 numa escala de 0 a 10, no IMDB.
 

Em Seia no Cine Teatro da  Casa da Cultura, nos próximos dias 24, 25 e 26 de janeiro.

 
 


Poema do mês de janeiro


Milagrário Pessoal

Dentro de ti ouço passar
o queixume dum quissange

uma guitarra que tange
uma cuica que ri


Escuto o alegre pulsar
de Lisboa, Rio, Luanda
o murmúrio da Kianda
o cantar do bem-te-vi

Dentro de ti vejo brilhar
palavras, como um tesouro
vaga-lume, ardor, besouro
ouço-as em seu fulgor

Auriflama, morança, vagar
palavras como um brinquedo
brucutu, malícia, folguedo
estropício, fagueiro, lavor

Dentro de ti ouço passar
o pregão da quitandeira
a reza da benzedeira
o golo do relator

Escuto o alegre pulsar
d'Alfama, Leblon, Marçal
os tambores de carnaval
o cantar do meu amor


José Eduardo Agualusa

Livro do mês de janeiro


Ao morrer, Faustino Manso, famoso compositor angolano, deixou sete viúvas e dezoito filhos. A filha mais nova, Laurentina, realizadora de cinema, tenta reconstruir a atribulada vida do falecido músico.

Em As Mulheres do Meu Pai, realidade e ficção entretecem-se, a primeira alimentando a segunda. Nos territórios que José Eduardo Agualusa atravessa, porém, a ficção participa da realidade. As quatro personagens do romance que o autor escreve, enquanto viaja, vão com ele de Luanda, capital de Angola, até Benguela e Namibe. Cruzam as areias da Namíbia e as suas povoações-fantasma, alcançando finalmente a Cidade do Cabo, na África do Sul.

Continuam depois, rumo a Maputo, e de Maputo a Quelimane, junto ao rio dos Bons Sinais, e dali até à ilha de Moçambique. Percorrem nesta viagem “malhas que o Império tece”, paisagens que fazem fronteira com o sonho, e das quais emergem as mais estranhas personagens.

As Mulheres do Meu Pai é um romance sobre mulheres, música e magia. Nestas páginas anuncia-se o renascimento de África, continente afetado por problemas terríveis, mas abençoado pelo talento da música, o sempre renovado vigor das mulheres e o secreto poder de deuses muito antigos.
 
 
José Eduardo Agualusa nasceu a 13 de Dezembro de 1960 em Huambo, Angola. Estudou Silvicultura
e Agronomia em Lisboa. Publicou o seu primeiro livro em 1989 e desde então a sua escrita tem sido muito profícua: A Conjura  (romance,1989); D. Nicolau Água-Rosada e outras estórias verdadeiras e inverosímeis (contos, 1990); O coração dos Bosques (poesia, 1991); A feira dos assombrados (novela,1992); Nação Crioula (romance,1997); Fronteiras Perdidas, contos para viajar (contos, 1999); Um Estranho em Goa (romance, 2000); Estranhões e Bizarrocos (literatura infantil, 2000); A Substância do Amor e Outras Crónicas (crónicas, 2000); O Homem que Parecia um Domingo (contos, 2002); Catálogo de Sombras (contos, 2003); O Vendedor de Passados (romance, 2004); Manual Prático de Levitação (contos,2005); A girafa que comia estrelas (novela,2005); Milagrário Pessoal (romance, 2010) e Teoria geral do Esquecimento (romance, 2012). Os seus livros estão traduzidos em 25 idiomas. Recebeu vários prémios e sobre a escrita afirma o autor: “Escrever me diverte, e escrevo também, porque quero saber como termina o poema, o conto ou o romance. E ainda porque a escrita transforma o mundo. Ninguém acredita nisto e no entanto é verdade."